Terceira Revolução Industrial

A Terceira Revolução Industrial, também chamada de Revolução Técnico-Científica e Informacional, vem marcando os recentes avanços nas tecnologias produtivas.

A robótica é um dos principais elementos constitutivos da Terceira Revolução Industrial
A robótica é um dos principais elementos constitutivos da Terceira Revolução Industrial

A Terceira Revolução Industrial, também conhecida por Revolução Técnico-Científica e Informacional, é um processo de inovação tecnológica marcado pelos avanços no campo da informática, da robótica, das telecomunicações, dos transportes, da biotecnologia e química fina, além da nanotecnologia. Apesar de não haver consenso entre os especialistas sobre o seu início (alguns ainda falam que ela está por vir), a maioria dos autores data a década de 1970 como determinante para alavancar esse período no mundo da indústria.

Sabemos que a Primeira Revolução Industrial, cuja ocorrência se deu nos séculos XVIII e XIX, ocorreu com a adoção de técnicas e maquinários para acelerar e ampliar o processo produtivo, dos quais se destacavam a máquina a vapor e, como fonte de energia, o carvão. Já a Segunda Revolução Industrial, por sua vez, ocorreu ao final do século XIX e durante quase todo o século XX, através da adoção de máquinas e motores mais sofisticados e equipamentos movidos a energia elétrica e, principalmente, a petróleo.

Dessa forma, podemos perceber que, à medida que as inovações ou revoluções industriais ocorrem, mais as técnicas se tornam avançadas e mais qualificação na mão de obra é exigida. Por outro lado, observa-se um intenso processo de mecanização e substituição do homem pela máquina, gerando desempregos estruturais no setor industrial, transferindo boa parte dos trabalhadores para o setor terciário (comércio e serviços em geral), em um processo denominado por terceirização da economia.

A Revolução Técnico-Científica e Informacional também é caracterizada por uma profunda alteração nos modos de produção adotados pelas grandes corporações no mundo. Antes, o modelo taylorista//fordista era predominante, caracterizado pela produção em massa das mercadorias. Atualmente, o que está em voga é o modelo Toyotista, em que a produção é flexibilizada de acordo com a demanda, o que exige uma melhor tecnologia e, obviamente, uma menor quantidade de trabalhadores, que devem ser cada vez mais capacitados para operar sistemas de produção cada vez mais complexos e sofisticados.

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Outro aspecto importante é a descentralização industrial. Isso acontece porque as inovações nas técnicas de comunicação e transporte (como a internet e o avião a jato) permitem que as indústrias migrem para qualquer região que lhe seja vantajosa, onde encontram matérias-primas abundantes, mão de obra mais barata, leis ambientais menos eficientes e um maior e mais amplo mercado consumidor. Isso caracteriza a base para a expansão das multinacionais, embora o surgimento dessas tenha ocorrido antes da Terceira Revolução Industrial.

Além disso, observa-se atualmente uma desvalorização da maioria dos produtos primários, em virtude dos avanços na produção, que permitem maior eficácia na reciclagem e a substituição de materiais mais caros por fontes economicamente mais rentáveis e abundantes (como as ligas metálicas em substituição ao aço e ao bronze).

Rodas para carros constituídas por liga metálica, em substituição às antigas rodas de ferro
Rodas para carros constituídas por liga metálica, em substituição às antigas rodas de ferro

Por fim, é importante considerar que as sucessivas revoluções industriais não ocorreram ou ocorrem de forma homogênea pelo mundo. Algumas regiões do globo, por exemplo, ainda passam pela implementação da Segunda Revolução Industrial (como alguns países na América Central, na África e no Sul da Ásia), outros sequer industrializados são. Na verdade, a maior parte dos empreendimentos tecnológicos que fundamentam a Revolução Técnico-Científica encontra-se restritos a países desenvolvidos, sendo que a sua implementação nos países periféricos ocorre somente através de multinacionais, em que a produção migra, mas a tecnologia em si não.

Por: Rodolfo F. Alves Pena

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