Como trabalhar no Enem

As provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) são aplicadas para milhões de estudantes e, por isso, necessita de toda uma estrutura de profissionais para a sua realização. A aplicação exige funções como fiscais, coordenadores, chefes de sala, corretores de redação, entre outros.

Se você não vai fazer o Enem e deseja trabalhar nos dias das provas, o Prepara Enem te explica como funciona o processo. Vamos lá!

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Quem pode trabalhar no Enem?

Os interessados podem trabalhar como certificadores da Rede Nacional de Certificadores (RNC) ou como fiscais colaboradores do consórcio que aplica o Enem. Primeiramente, para ter um desses cargos e trabalhar no dia aplicação das provas é preciso se encaixar nos critérios abaixo:

  • Ser servidor público, em exercício em no ano de aplicação da prova, do Poder Executivo Federal regido pela Lei nº 8.112 ou docente da rede estadual ou municipal de ensino efetivo e registrado no último Censo Escolar;
  • Ter formação mínima em Ensino Médio;
  • Não estar inscrito como participante do Enem;
  • Não ter cônjuges/companheiros ou parentes – em linha reta, colateral ou por afinidade de até terceiro grau – inscritos no Enem que deseja trabalhar;
  • Não ter vínculo com as atividades do processo logístico de elaboração, impressão, distribuição e aplicação ou de observação da aplicação do Enem e nem com o processo de correção da redação.

Como fazer a inscrição para ser certificador do Enem?

As pessoas que se encaixam nos critérios exigidos para trabalhar no Enem devem se cadastrar no sistema da Rede Nacional de Certificadores (RNC) e, posteriormente, fazer a inscrição para trabalhar no Enem durante o período estipulado pelo Inep anualmente. Quem já tiver o cadastro deve atualizar as informações ou realizar a inscrição diretamente.

Como os candidatos são selecionados para o trabalho de certificador?

Após ter feito a inscrição, o candidato deve aguardar o Inep divulgar o resultado. Os candidatos que estiverem aptos para a função deverão participar do curso de capacitação. Os classificados precisam ter um smartphone ou tablet com acesso à internet móvel e computador para a realização do curso de capacitação.

No treinamento, os candidatos aprendem sobre os procedimentos de segurança do Enem e as medidas a serem tomadas na aplicação das provas.

Quem tiver um desempenho superior a 70% é considerado apto para trabalhar no Enem, mas isso não significa a convocação. O Inep convoca alguns dos aprovados no treinamento, enquanto outros ficam na lista de espera. Caso um convocado demore mais de 48 horas para aceitar a convocação, um outro candidato é chamado.

Dias antes das provas, os colaboradores convocados recebem instruções sobre suas funções. Eles aprendem como fiscalizar a chegada e a abertura dos malotes, sobre distribuição das provas, o trabalho dos chefes de sala, dos aplicadores e fiscais etc.

Quem são os fiscais do Enem?

Os fiscais de sala ou de prova e os corretores da redação são colaboradores do consórcio formado entre a Vunesp, Cesgranrio e FGV. Geralmente, as fundações convocam colaboradores que já fazem parte de suas redes e que possuem experiência na aplicação de provas de concursos e vestibulares, mas eventualmente podem abrir inscrição.

A FGV recebe inscrições para colaboradores do Enem por meio do endereço https://exames.enem.fgv.br/Colaborador.

No caso da Vunesp é possível se cadastrar para ser colaborador da instituição no Portal do Colaborador, porém, só pessoas indicadas por atuais colaboradores podem se cadastrar para trabalhar como fiscal de prova. 

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Para trabalhar na Cesgranrio é preciso ser indicado por algum colaborador que faz parte de suas redes.

Algumas universidades públicas que aplicam as provas do Enem também costumam divulgar editais próprios para seleção de colaboradores que desejem trabalhar na aplicação da prova. Isso acontece quando não há fiscais suficientes do Consórcio em determinada cidade.

Quem pode ser corretor de redações?

O processo para ser corretor de redação é coordenado pela FGV e difere um pouco da seletiva para os fiscais. Os interessados nesta função devem, antes de tudo, se encaixar nas exigências abaixo:

  • Ter formação em Linguística ou Letras, com formação em Língua Portuguesa;
  • Residir no Brasil;
  • Não possuir cônjuge, pais, filhos, dependentes legais ou qualquer outro parente de primeiro grau com inscrição confirmada na atual edição do Enem;
  • Não ter vínculo com cursinhos preparatórios para Enem ou concursos públicos;
  • Ter um computador e um smartphone com capacidade para acesso ao curso.

Se o candidato for aprovado nos requisitos acima, ele será submetido às etapas seguintes da seleção compostas pelo Curso de Capacitação a Distância de Avaliadores; Período para confirmação de participação, em caso de convocação (aprovação); Capacitação Presencial de Avaliadores; Pré-teste realizado a distância, em sistema de correção on-line.

Na última etapa, os possíveis corretores passam por um treinamento com o Manual de Correção da Redação do Enem. O manual foi restrito aos corretores durante alguns anos de aplicação da prova, mas em 2020 o Inep a liberou para o público geral, visando contribuir com os estudantes em isolamento durante a pandemia do coronavírus.

Os participantes que têm o melhor desempenho são selecionados para corrigir as redações do Enem. O número de selecionados varia de acordo com as necessidades de cada local.

Mais: Veja como é feita a correção da redação do Enem

Diferença entre Certificadores e Ficais de Prova

Os certificadores têm a função de representar o Inep nos locais de prova, atuando na parte logística da aplicação do Enem, como, por exemplo: abertura dos malotes de provas, fiscalização dos prédios de provas e dos procedimentos de segurança.

Já os fiscais são os profissionais do Consórcio responsáveis por cuidar da aplicação da prova nas seguintes funções: fiscalizar as salas de provas, os banheiros e os portões e, posteriormente, corrigir as redações.

Quanto ganha para trabalhar no Enem?

Tomando como referência o Enem 2019, o valor é de R$ 28,50 por hora para os certificadores da Rede Nacional de Certificadores (RNC). Quem trabalha em apenas um domingo de provas recebe R$ 342, e quem trabalha nos dois dias recebe cerca de R$ 684.

O pagamento é feito após a aplicação do Enem e está condicionado à apresentação do Relatório de Certificação e à finalização da demanda via sistema web ou aplicativo da RNC. 

A remuneração é feita por meio de Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso (GECC), no caso dos servidores do Poder Executivo Federal, e por Auxílio Avaliação Educacional (AAE), no caso dos docentes das redes públicas de ensino.

Os fiscais convocados pelos consórcios recebem entre R$ 110 e R$ 150 por dia de trabalho. 

No caso dos corretores das redações os valores brutos pagos por cada tipo de avaliação são os seguintes: 1ª e 2ª avaliações – R$ 3; 3ª avaliação – R$ 3,30; Redação de análise de desempenho – R$ 1,50.

Por: Giullya Franco

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