Fascismo

O fascismo foi uma ideologia, durante a primeira metade do século XX, que se baseava no autoritarismo, na exaltação dos valores patrióticos e na expansão territorial militar. A chegada de Benito Mussolini ao poder na Itália, em 1922, representou a formação de um governo que implementou os ideais fascistas.

O Estado forte e impositor sobre a individualidade, bem como o culto ao “dulce”, líder em italiano, foram grandes características desse regime de governo. O fascismo italiano, juntamente com o nazismo alemão, levou a Europa a enfrentar mais uma guerra mundial, mas foram derrotados em 1945. Apesar disso, ainda existem pequenos grupos extremistas que buscam retomar os ideais fascistas da década de 1920 e recrutar pessoas para fazer parte desses grupos. É um desafio para as democracias do século XXI impedir o surgimento e a participação política desses grupos.

Leia também: Unificação italiana – um dos principais acontecimentos políticos do século XIX

Mussolini governou a Itália entre 1922-1945, implantando os ideais fascistas de culto ao líder, unipartidarismo e contrários às liberdades individuais.
Mussolini governou a Itália entre 1922-1945, implantando os ideais fascistas de culto ao líder, unipartidarismo e contrários às liberdades individuais.

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O que é fascismo?

Fascismo foi uma ideologia iniciada na década de 1920 e marcada pelo autoritarismo, nacionalismo e militarismo. Essa ideologia foi a base do governo de Benito Mussolini na Itália, que governo esse país de 1922 até 1943, quando foi deposto. A ideologia fascista aproxima-se da ideologia nazista, por isso a proximidade de Mussolini com Adolf Hitler, líder do partido nazista na Alemanha.

Essa ideologia se fortaleceu durante a crise que assolou a Europa após o final da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e se aprofundou por conta da quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque. O fascismo prezava pelos valores da nação em sobreposição aos individuais. O líder era o chefe máximo e o guia inquestionável da sociedade.

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Características do fascismo

O fascismo é marcado por governos ditatoriais liderados por governantes autoritários e que exigem do seu povo total lealdade. Benito Mussolini era chamado de “dulce”, que significa líder em italiano. As massas eram convocadas a manifestar publicamente lealdade ao seu líder e ouvir os vários discursos proferidos por ele.

No campo político, o fascismo só admitia apenas um partido, aquele que dava apoio ao líder. Na Itália, enquanto Mussolini esteve no poder, o partido fascista foi o único a ter suas atividades legalizadas, enquanto outros partidos foram extintos, e seus integrantes, presos. Outra característica do fascismo é um Estado controlador da sociedade, não admitindo qualquer atitude individual diferente da preconizada por ele.

A Crise de 1929, logo após a quebra da Bolsa de Nova Iorque, fez com que o liberalismo econômico fosse questionado. No fascismo, essa crítica foi aprofundada, e o exemplo norte-americano reforçou a tese de que os valores liberais, como livre mercado e a democracia representativa, deveriam ser abandonados, abrindo assim espaço para a forte intervenção estatal na economia e a implantação de uma ditadura na qual apenas o partido governista poderia atuar. Os movimentos oposicionistas eram considerados crimes contra o Estado.

A expansão imperialista foi outra marca do governo fascista ao buscar o domínio de povos considerados “fracos”, que deveriam ser integrados ao território governado pelo fascismo. Mussolini resgatou a história do Império Romano para justificar esse avanço.     

Origem do fascismo

O fascismo surgiu na Itália, no começo dos anos 1920, quando Benito Mussolini se tornou chefe do partido fascista italiano. O nome é originário do latim “fascio”, que era um feixe de varas utilizado pelos soldados romanos para punir seus inimigos.

Veja também: Qual a relação entre nacionalismo e imperialismo?

Fascismo italiano

A Itália enfrentou uma grave crise após o fim da Primeira Guerra Mundial. A crise econômica e social aumentava a pobreza no país, e as greves tornaram-se constantes. Os fascistas trataram essas greves como desordem social e se aliaram aos industriais para reprimi-las. O partido de Mussolini se fortaleceu e suas manifestações nas ruas tornaram-se constantes, pois pretendiam mostrar sua força e seu poder de organização.

Em 28 de outubro de 1922, aconteceu a maior manifestação fascista realizada até então. Ela entrou para a história com o nome de “Marcha sobre Roma”. Era a confirmação da força política do partido fascista e sua interiorização pela Itália, pois essa marcha contou com a participação de fascistas de outras regiões italianas. A marcha pressionou o rei Victor Emanuel III a chamar Mussolini para ser o chefe de Estado e organizar um novo governo italiano. O partido fascista chegava ao poder e organizava a formação de um Estado forte, repressor e nacionalista. Mussolini tornou-se o grande líder da Itália com o poder centralizado em sua figura, temida por todos. Assim que Hitler chegou ao poder na Alemanha, em 1933, os dois líderes se aproximaram e estabeleceram alianças até a Segunda Guerra Mundial.

Na guerra, com o avanço dos Aliados em território italiano, Mussolini tentou estabelecer uma nova república no norte, mas foi morto em 28 de abril de 1945. Seu corpo, da sua amante Clara Petacci e dos seus últimos aliados foram expostos em uma praça de Milão, onde foram desfigurados pela população enfurecida contra a violência fascista.

Neofascismo

O termo “neofascismo” está ligado a grupos extremistas da atualidade que pretendem retomar as características do fascismo italiano do começo dos anos 1920. Defendem um Estado forte, utilizam a violência contra aqueles que, na visão desses grupos, são inimigos e exaltam a sua cor de pele ou origem. Esses grupos não utilizam meios golpistas para chegar ao poder, mas as próprias eleições, aproveitando-se de momentos de crise para divulgar suas ideias extremistas.

Desde a morte de Mussolini e Hitler, tem-se consciência do perigo do surgimento de grupos, mesmo que em pequeno número, que tentassem resgatar os ideais defendidos pelos dois e propagar isso para os mais jovens, camuflando a violência e o autoritarismo com um discurso fácil e convincente. Por isso, a Itália e a Alemanha trataram de criminalizar tudo o que fosse ligado ao nazifascismo, como símbolos, músicas e filmes. Além disso, há uma grande preocupação com a história e a forma como ela é contada. Os valores democráticos e as liberdades são ensinadas para se evitar que ideologias iguais ao fascismo e nazismo voltem ao poder. Porém, com a internet e a ascensão das redes sociais, o perigo ficou ainda maior, pois os grupos extremistas neofascistas utilizam esses meios para divulgar suas ideias e conseguir mais adeptos.

Fascismo no Brasil

Integrantes do Integralismo reunidos em um congresso em 1935.
Integrantes do Integralismo reunidos em um congresso em 1935.

A ideologia fascista não ficou restrita apenas ao território italiano. O fascismo espalhou-se pela Europa, alcançando outros países, como na Espanha, durante o governo de Francisco Franco. No Brasil, o fascismo se fez presente por meio da Ação Integralista Brasileira, liderada por Plínio Salgado, que defendia um Estado forte e a ordem social garantida pela força. Os integralistas utilizavam práticas semelhantes aos fascistas italianos, como os desfiles pelas ruas.

Se, na década de 1930, a Europa assistia a confrontos violentos entre integrantes do nazifascismo contra os comunistas, no Brasil não foi diferente. Integralistas e comunistas também entraram em confronto. Um dos motivos utilizados por Getúlio Vargas para decretar o golpe do Estado Novo foi a instabilidade política vivida pelo Brasil durante o período. O preâmbulo da Constituição de 1937, que vigorou durante a ditadura varguista, tratava dos embates ideológicos entre integralistas e comunistas.

“atendendo às legitimas aspirações do povo brasileiro à paz política e social, profundamente perturbada por conhecidos fatores de desordem, resultantes da crescente a gravação dos dissídios partidários, que, uma, notória propaganda demagógica procura desnaturar em luta de classes, e da extremação, de conflitos ideológicos, tendentes, pelo seu desenvolvimento natural, resolver-se em termos de violência, colocando a Nação sob a funesta iminência da guerra civil”.

Os integralistas romperam com Vargas em dezembro de 1937, e a ditadura colocou a Ação Integralista Brasileira na ilegalidade depois do levante do grupo no ano seguinte.

Acesse também: Quais foram os antecedentes históricos da Segunda Guerra Mundial?

Exercícios resolvidos

Questão 1 – Assinale a alternativa que corretamente traz características do fascismo.

A) Democracia popular e economia de mercado

B) Estado mínimo e pluripartidarismo

C) Nacionalismo e militarismo

D) Culto ao líder e expansão do comunismo

Resolução

Alternativa C. O fascismo teve como principais características a exaltação extremada dos valores patrióticos, isto é, o nacionalismo, e a expansão territorial baseada na força militar.

Questão 2 – Na década de 1930, a ideologia fascista se espalhou por vários países do mundo, e um deles foi o Brasil. Assinale a alternativa que aponta o grupo responsável por representar o fascismo em território brasileiro.

A) Partido Democrático Cristão

B) Ação Integralista Brasileira

C) Intentona Comunista

D) Estado Novo

Resolução

Alternativa B. A Ação Integralista Brasileira, liderada por Plínio Salgado, foi o grupo que representou os ideais fascistas no Brasil. Apesar do apoio ao Estado Novo de Getúlio Vargas, ocorreu em 1938 um levante cujo objetivo era derrubar Vargas do poder. Porém, o levante foi derrotado pelas tropas federais, e o grupo foi colocado na ilegalidade.

Por: Carlos César Higa

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