Vinicius de Moraes

Vinicius de Moraes foi um famoso poeta carioca que fez parte da segunda geração modernista brasileira. Também atuou como cronista, compositor, dramaturgo e cantor.

Vinicius de Moraes.
Vinicius de Moraes foi um grande nome da música e da literatura brasileira.[1]

Vinicius de Moraes foi um poeta e compositor brasileiro. Ele nasceu na cidade do Rio de Janeiro, no dia 19 de outubro de 1913. Mais tarde, trabalhou como diplomata do Itamaraty e fez muito sucesso como compositor e cantor. Foi, portanto, um dos principais nomes da MPB. Também escreveu crônicas e peças teatrais.

Ele foi um autor da segunda geração modernista. Suas obras apresentam traços simbolistas, elementos do cotidiano e temática amorosa. Como compositor, foi autor de sucessos como “Eu sei que vou te amar” e “Garota de Ipanema”, ambas as canções feitas em parceria com Tom Jobim. O autor faleceu em 09 de julho de 1980, no Rio de Janeiro.

Leia também: Carlos Drummond de Andrade — considerado o maior poeta brasileiro do século XX

Tópicos deste artigo

Resumo sobre Vinicius de Moraes

  • Vinicius de Moraes foi um importante escritor brasileiro.

  • Nasceu em 1913 e faleceu em 1980.

  • Além de poeta, cronista, compositor e cantor, ele também foi diplomata.

  • Suas obras fazem parte da segunda fase do modernismo brasileiro.

  • Seus textos apresentam elementos do cotidiano e temática amorosa.

  • Ele foi um importante nome da MPB e um dos autores de “Garota de Ipanema”.

Biografia de Vinicius de Moraes

Vinicius de Moraes nasceu na cidade do Rio de Janeiro, em 19 de outubro de 1913. Em 1917, o menino iniciou seus estudos. Em 1922, ele escreveu seus primeiros versos. Em 1924, começou a estudar no colégio Santo Inácio e a viver com os avós paternos, já que o restante da família estava vivendo na Ilha do Governador.

Três anos depois, compôs suas primeiras letras de música. Além disso, fez parte de uma banda, que se apresentava em festas. Terminou o secundário, em 1929, quando voltou a viver com os pais, que regressaram ao Rio de Janeiro. No ano seguinte, iniciou o curso de Direito e, em 1931, ingressou no Centro de Preparação de Oficiais da Reserva (CPOR).

Em 1932, publicou seu primeiro poema, na revista A Ordem. No ano seguinte, terminou o curso universitário e se desligou do CPOR. Publicou seu primeiro livro nesse ano de 1933O caminho para a distância. Dois anos depois, em 1935, recebeu o prêmio Felipe d’Oliveira pelo livro Forma e exegese.

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Trabalhou no Ministério da Educação, em 1936, quando substituiu Prudente de Morais Neto (1904-1977). Dois anos depois, conheceu sua primeira esposa — Beatriz Azevedo e Mello (1911-1995), a Tati. No entanto, o poeta viajou para a Inglaterra para estudar literatura inglesa e trabalhar na BBC. Voltou ao Brasil em 1939, quando teve início a Segunda Guerra Mundial.

Trabalhou como crítico de cinema no jornal A Manhã, em 1941. Já em 1942, não conseguiu passar na prova do Itamaraty. Contudo, no ano seguinte, foi aprovado e iniciou sua carreira diplomática. Em 1945, teve um relacionamento com Regina Pederneiras, colega do Itamaraty. No entanto, no ano seguinte, o escritor voltou para Tati.

O poeta se mudou para os Estados Unidos, em 1946, para atuar como vice-cônsul. Nesse país, morou durante cinco anos. Assim, após retornar ao Brasil, em 1951, passou a morar com sua nova companheira, Lila Maria Esquerdo Bôscoli. Ele também escreveu crônicas para o Última Hora.

Fez sua primeira viagem à Europa em 1952. No Brasil, em 1953, escreveu também para o jornal A Vanguarda. No final do ano, foi designado para a embaixada na França. De licença no Rio de Janeiro, em 1956, conheceu Tom Jobim (1927-1994). Nesse ano, experimentou grande sucesso com a montagem da peça Orfeu da Conceição.

Estava de volta a Paris, em 1957, quando foi transferido no final do ano para o Uruguai. Já em 1958, sofreu um acidente de automóvel, em Petrópolis, mas se recuperou. Nesse mesmo ano, um disco de Elizeth Cardoso (1920-1990), com composições de Vinicius e Tom, deu início à Bossa Nova.

Com sua nova companheira — Maria Lúcia Proença (1928-2007) —, Vinicius fixou residência em Montevidéu. Já em 1960, lançou seu primeiro disco como cantor. Três anos depois, estava de novo em Paris, como diplomata. Com ele, sua nova companheira — Nelita de Abreu Rocha. Voltou ao Brasil em 1964.

Como consequência da ditadura militar, foi exonerado do Itamaraty em 1969. Passou então a morar com Christina Gurjão, sua nova companheira. Agora estava dedicado exclusivamente a escrever, compor e fazer shows. Em 1970, estava em um novo relacionamento, com Gesse Gessy. Por fim, em 1978, iniciou seu último relacionamento amoroso, com Gilda de Queirós Mattoso.

Morte de Vinicius de Moraes

No ano de 1979, o compositor sofreu um derrame cerebral. No entanto, faleceu em 09 de julho de 1980, no Rio de Janeiro, devido a um edema pulmonar.

Veja também: Qual é a diferença entre soneto, poema e poesia?

Características da obra de Vinicius de Moraes

A obra de Vinicius de Moraes faz parte da segunda fase do modernismo brasileiro. Portanto, seus textos podem apresentar conflito existencial e espiritual, reflexão sobre elementos contemporâneos e crítica social. Quanto à estrutura de seus poemas, o poeta usa tanto versos livres quanto regulares.

Elementos simbolistas e religiosos são marcas particulares do autor. Ele também explora temas do cotidiano. No mais, Vinicius de Moraes é mais conhecido pelos seus poemas de amor. Contudo, ele fala de um amor mais real, contraditório, ligado ao prazer e sobre a aceitação diante de seu inevitável fim.

“Soneto de fidelidade” é um dos poemas mais famosos de Vinicius de Moraes.
“Soneto de fidelidade” é um dos poemas mais famosos de Vinicius de Moraes.

Obras de Vinicius de Moraes

Poesias de Vinicius de Moraes

  • O caminho para a distância (1933)

  • Forma e exegese (1935)

  • Ariana, a mulher (1936)

  • Novos poemas (1938)

  • Cinco elegias (1943)

  • Poemas, sonetos e baladas (1946)

  • Pátria minha (1949)

  • Antologia poética (1954)

  • Livro de sonetos (1957)

  • Novos poemas II (1959)

  • O mergulhador (1968)

  • A arca de Noé (1970)

  • Poemas esparsos (2008)

Capa da obra “Livro de sonetos”, de Vinicius de Moraes.
Capa da obra Livro de sonetos, de Vinicius de Moraes, publicada pela editora Companhia das Letras.[2]

Músicas de Vinicius de Moraes

  • A casa (em parceria com Sergio Bardotti e Sergio Endrigo)

  • A felicidade (em parceria com Tom Jobim)

  • A tonga da mironga do kabuletê (em parceria com Toquinho)

  • Aquarela (em parceria com Guido Morra, Maurizio Fabrizio e Toquinho)

  • Arrastão (em parceria com Edu Lobo)

  • Chega de saudade (em parceria com Tom Jobim)

  • Eu sei que vou te amar (em parceria com Tom Jobim)

  • Garota de Ipanema (em parceria com Tom Jobim)

  • Onde anda você (em parceria com Hermano Silva)

  • Pela luz dos olhos teus

  • Se todos fossem iguais a você (em parceria com Tom Jobim)

  • Tarde em Itapuã (em parceria com Toquinho)

Peças de teatro de Vinicius de Moraes

  • Orfeu da Conceição (1956)

  • As feras (1961)

  • Procura-se uma rosa (1961)

  • Cordélia e o peregrino (1965)

Crônicas de Vinicius de Moraes

  • Para viver um grande amor (1962)

  • Para uma menina com uma flor (1966)

Vinicius de Moraes e a MPB

Vinicius de Moraes e Maria Bethânia em foto de 1972.
Vinicius de Moraes e a cantora Maria Bethânia em 1972.[3]

Vinicius de Moraes foi um dos principais cantores e compositores da MPB (Música Popular Brasileira). A classificação “MPB” surgiu nos anos 1960 e passou a indicar um gênero musical de caráter popular, mas que apresenta qualidade musical e literária. Além de Vinicius, outros músicos ou intérpretes ocupam lugar de importância na MPB.

Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil, Gal Costa, Maria Bethânia, Elis Regina e Tom Jobim são alguns deles. Já Vinicius de Moraes, um dos criadores da Bossa Nova, produziu grandes sucessos da MPB, como Arrastão (em parceria com Edu Lobo) e Garota de Ipanema (em parceria com Tom Jobim). Aliás, a canção “Garota de Ipanema” é hoje conhecida no mundo inteiro.

Legado de Vinicius de Moraes

Vinicius de Moraes deixou cerca de 13 livros de poesia, crônicas reunidas em dois livros, cerca de 23 discos, diversas letras de música e quatro peças de teatro. Orfeu da Conceição é sua peça mais famosa. Foi adaptada para o cinema, em uma produção franco-italiana, e, em 1959, ganhou a Palma de Ouro em Cannes. No ano seguinte, levou também o Globo de Ouro e o Oscar de melhor filme estrangeiro.

Saiba mais: Jorge Amado — outro escritor brasileiro da segunda geração modernista

Frases de Vinicius de Moraes

Vamos ler, a seguir, algumas frases de Vinicius de Moraes, extraídas de seu livro Nova antologia poética. Para isso, fizemos uma adaptação e transformamos seus versos em prosa:

  • “A música do perfume não guarda ciúme.”

  • “Longe dos pescadores, os rios infindáveis vão morrendo de sede lentamente…”

  • “Tende piedade dos homens úteis, como os dentistas, que sofrem de utilidade e vivem para fazer sofrer.”

  • “Maior amor nem mais estranho existe que o meu, que não sossega a coisa amada.”

  • “Louco amor meu, que quando toca, fere e quando fere, vibra, mas prefere ferir a fenecer.”

  • “Para isso fomos feitos: para lembrar e ser lembrados, para chorar e fazer chorar, para enterrar os nossos mortos.”

Créditos das imagens

[1]Acervo Arquivo Nacional/ Wikimedia Commons

[2]Companhia das Letras (reprodução)

[3]Acervo Arquivo Nacional/ Wikimedia Commons

Fontes

ABAURRE, Maria Luiza M.; PONTARA, Marcela. Literatura: tempos, leitores e leituras. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2015.

MORAES, Vinicius de. Nova antologia poética. Seleção de Antonio Cicero e Eucanaã Ferraz. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.

NAPOLITANO, Marcos. A MPB sob suspeita: a censura musical vista pela ótica dos serviços de vigilância política (1968-1981). Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 24, n. 47, 2004.

VINICIUS DE MORAES. Vida e obra. Disponível em: http://www.viniciusdemoraes.com.br/pt-br/vida.   

Por: Warley Souza

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