Muro de Berlim

Muro de Berlim foi o principal símbolo da Guerra Fria e construído em 1961, dividindo Berlim em zonas de influência capitalista e comunista e sendo demolido em 1989.

O Muro de Berlim foi construído pelos soviéticos em 1961 e se tornou o maior símbolo da Guerra Fria.
O Muro de Berlim foi construído pelos soviéticos em 1961 e se tornou o maior símbolo da Guerra Fria.

O Muro de Berlim foi construído pelo governo soviético em 1961 e, até a sua queda, em 1989, tornou-se o principal símbolo da bipolaridade da Guerra Fria. O muro dividiu a capital alemã em duas partes:

  • o lado ocidental capitalista, liderado pelos Estados Unidos;

  • o lado oriental comunista, liderado pela União Soviética.

Ao longo da sua existência, milhares de pessoas tentaram atravessar o muro, mas foram capturadas e/ou mortas pelos soldados que faziam a vigilância, sendo poucas as que conseguiram o feito. Em meados dos anos 1980, durante a crise que levou ao fim da União Soviética, aumentou-se a pressão mundial pela queda do muro, que se deu na noite do dia 9 de novembro de 1989.

Leia também: Guerra do Vietnã – importante conflito que se deu no período da Guerra Fria

Tópicos deste artigo

Resumo sobre o Muro de Berlim

  • O Muro de Berlim foi construído pela União Soviética, em 1961, para impedir a saída dos alemães do lado oriental para o ocidental, e se tornou o maior símbolo da Guerra Fria.

  • Os soviéticos queriam evitar a ajuda humanitária e a influência ocidental em sua zona de influência, por isso proibiram qualquer acesso a Berlim, aprofundando a crise entre EUA e URSS.

  • A construção do Muro de Berlim começou em 1961 e foi feita às pressas, separando famílias e amigos.

  • A URSS investiu na segurança do muro para evitar qualquer tipo de travessia do lado oriental para o ocidental.

  • A crise da União Soviética e a pressão mundial fizeram com que o Muro de Berlim fosse derrubado na noite de 9 de novembro de 1989, abrindo o processo de unificação da Alemanha.

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Contexto histórico do Muro de Berlim

Ao final da Segunda Guerra Mundial, os Aliados se reuniram na Conferência de Potsdam, em 1945, para uma nova ordem europeia após o conflito. Uma das decisões tomadas foi a divisão da Alemanha em zonas de influência que seriam comandadas por Estados Unidos, Grã-Bretanha, França e União Soviética. Era uma forma de desnazificar o país bem como de promover a sua democratização. Berlim, capital alemã, também foi dividida em quatro setores.

Desde o final da guerra que Estados Unidos e União Soviética já mostravam desentendimentos quanto à nova ordem europeia. Em 1948, o líder soviético Josef Stalin ordenou o bloqueio de Berlim Ocidental, evitando a chegada de alimentos e outros produtos. Apesar desse bloqueio terrestre, Estados Unidos, Grã-Bretanha, França e Nova Zelândia mantiveram o fornecimento desses suprimentos pela via aérea.

As duas partes do território alemão foram renomeadas. Em 1949, surgiram:

  • a República Democrática Alemã, ou Alemanha Oriental, sob a influência da União Soviética;

  • a República Federativa Alemã, ou Alemanha Ocidental, sob a influência dos Estados Unidos.

A Guerra Fria começava envolvendo as duas superpotências e tornando o mundo bipolar. O ex-primeiro-ministro britânico Winston Churchill chamou essa divisão de “cortina de ferro”.

  • Videoaula sobre a Guerra Fria

Por que houve a construção do Muro de Berlim?

De acordo com a divisão do território alemão após o final da Segunda Guerra Mundial, Berlim ficou inserida na porção dominada pela União Soviética, sendo a cidade também dividida em zonas de influência tanto soviética como dos demais países capitalistas que derrotaram os nazistas na guerra.

Dessa forma, a cidade se tornou “uma ilha capitalista” em meio ao domínio soviético. Com o desenvolvimento econômico do lado ocidental berlinense, a população do lado oriental fugiu para Berlim Ocidental. Esse desenvolvimento era fruto do Plano Marshall, programa de recuperação da Europa após o final da guerra.

Além das questões econômicas, a falta de liberdade e a censura presentes na Alemanha Oriental fizeram com que a fuga para o outro lado se intensificasse. Desde a chegada dos soviéticos que os alemães eram vigiados pela Stasi, polícia secreta. Estima-se que, entre 1948 e 1961, mais de três milhões de alemães saíram da Alemanha Oriental. O governo oriental temia a fuga de trabalhadores qualificados e decidiu agir para evitar o aumento de pessoas atravessando a zona de influência em Berlim.

Uma foto do Muro de Berlim, em 1988, e uma placa em várias línguas informando a fronteira da zona americana com a soviética.
Uma foto do Muro de Berlim, em 1988, e uma placa em várias línguas informando a fronteira da zona americana com a soviética. [1]

A construção do Muro de Berlim

A construção do muro se deu de forma secreta. Walter Ulbricht, governante da Alemanha Oriental, solicitou a Moscou autorização para construir um muro em Berlim que evitasse a fuga de pessoas para o lado ocidental da cidade. O pedido foi aceito, e a construção do muro iniciou-se em segredo para evitar nova leva de pessoas atravessando as fronteiras da cidade ou provocando uma reação armada de Berlim Ocidental.

O muro foi construído entre os dias 12 e 13 de agosto de 1961. Tanques soviéticos e alemães se posicionaram em locais estratégicos, e um arame farpado isolou Berlim Ocidental. O muro rapidamente ficou pronto e não se baseou apenas em colunas de concreto. Ao seu redor foram construídas torres de segurança com soldados armados fazendo a vigilância e com autorização para atirar em quem se arriscasse a escalar o Muro de Berlim.

Nos anos seguintes, o governo alemão-oriental investiu em segurança e reforçou a contenção do muro. Milhares de pessoas foram separadas de suas famílias e de seus amigos, ficando quase 30 anos sem se reencontrarem.

Veja também: Corrida armamentista – concorrência entre EUA e URSS em busca da “arma total”

A queda do Muro de Berlim

Em 1985, Mikhail Gorbachev assumiu o poder na União Soviética. Ao contrário das décadas anteriores, o lado oriental da Guerra Fria atravessava uma grave crise econômica, e o novo líder estava disposto a fazer reformas. Por meio da Perestroika e Glasnost, Gorbachev começou a abrir a União Soviética para o mercado externo e a promover liberdade política nos países sob o domínio de Moscou. Isso deu início a grandes manifestações populares, que exigiam a deposição dos ditadores alinhados com a União Soviética e que governavam seus cidadãos com mãos de ferro.

Na Alemanha não foi diferente. O entusiasmo pela liberdade que começava a surgir no lado soviético fez com que os alemães-orientais se manifestassem contra o Muro de Berlim, exigindo a sua queda. Em 1987, o então presidente Ronald Reagan esteve em Berlim Ocidental e fez um histórico discurso próximo ao Portão de Brandemburgo, por onde passava o muro. “Tear down this wall, Mr. Gorbachev”, traduzindo, “Derrube este muro, Sr. Gorbachev”.

Por mais que os líderes ocidentais cobrassem de Gorbachev a queda do Muro de Berlim, a sua demolição se deu de forma inusitada. Em 9 de novembro de 1989, o porta-voz do governo da República Democrática Alemã anunciou equivocadamente que as fronteiras com os países ocidentais estavam abertas.

Isso foi o sinal para que uma multidão se aproximasse das fronteiras com a Alemanha Ocidental, solicitando a sua entrada. Ainda na noite do dia 9, milhares de berlinenses que estavam do lado oriental se uniram aos que estavam do lado ocidental e iniciaram a demolição do muro. As imagens das pessoas pegando picaretas e quebrando o concreto foram vistas pelo mundo inteiro. Pedaços do Muro de Berlim se transformaram em souvenirs, e, em Berlim, ainda permanecem alguns trechos murados como uma forma de recordar os tempos em que a cidade e o país foram divididos.

Logo após a queda do muro, começou o processo de unificação da Alemanha, que foi concluído em 1990. A União Soviética foi dissolvida no ano seguinte. Para saber mais sobre esse importante acontecimento da história mundial, leia o texto: A queda do Muro de Berlim.

Crédito da imagem

[1] 360b / Shutterstock

Por: Carlos César Higa

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