Fidel Castro

Fidel Castro foi um dos principais líderes mundiais do século XX. Ele chegou ao poder em Cuba logo após a vitória da revolução que derrubou Fulgêncio Batista do poder em 1959. Suas primeiras ações à frente do governo foi a estatização da propriedade privada e a distribuição de terras aos camponeses.

Os Estados Unidos reagiram à revolução, apoiando o ataque à Baía dos Porcos e por meio do embargo econômico. Até 1991, a União Soviética foi a grande provedora de Cuba. Fidel Castro permaneceu no poder até 2008, quando transferiu o poder para seu irmão Raúl. Ele morreu em 25 de novembro de 2016.

Leia também: Guerra Fria – período em que o mundo esteve dividido entre duas ideologias

Tópicos deste artigo

Nascimento e juventude de Fidel Castro

Fidel Castro nasceu em 13 de agosto de 1926, na cidade cubana de Birán. Estudou em colégios religiosos e, em 1945, começou o curso de Direito na Universidade de Havana. Já na faculdade mostrava seu interesse pela política e participou de atividades estudantis. Fidel fez várias críticas ao então presidente cubano, Ramón Grau, por conta da corrupção e da violência praticadas pelo governo.

Em 1947, Castro entrou para o Partido Socialista do Povo Cubano. Por causa da sua atuação partidária, ele recebeu ameaças de morte e começou a andar armado e a se aproximar de colegas armados para garantir sua defesa.

Fidel Castro foi o principal líder da Revolução Cubana de 1959.
Fidel Castro foi o principal líder da Revolução Cubana de 1959.

Trajetória e formação revolucionária

Logo após a sua formatura no curso de Direito, Fidel Castro começou a intensificar sua participação política. Principalmente por meio de jornais e em transmissões de rádio, ele denunciava as arbitrariedades do governo e defendia os opositores como representantes dos trabalhadores e sindicalistas. Em 10 de março de 1952, Fulgêncio Batista liderou um golpe de Estado e assumiu o poder em Cuba. Isso fez com que Fidel repensasse as ações dos oposicionistas. As formas utilizadas contra o governo não surtiam os efeitos desejados.

Dessa forma, Fidel se uniu aos editores do jornal “Son los mismos” e sugeriu que a publicação mudasse de nome para “El Acusador”. Esse grupo participaria do ataque ao Quartel Moncada em 26 de julho de 1953.

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  • Ataque ao Quartel Moncada

As novas táticas que Fidel Castro idealizou para atacar o governo começaram a ser colocadas em prática no ataque ao Quartel Moncada, em Santiago de Cuba. Fidel e um grupo formado por 165 homens atacaram o quartel em busca de armas para entregar à população e derrubar o governo mediante uma revolução. Boa parte do grupo foi morta na troca de tiros com os militares, e Fidel Castro foi preso e condenado a 15 anos de prisão.

Como era advogado, ele mesmo fez sua defesa. Conseguiu a liberdade e se exilou no México em 1955.

Revolução Cubana

Ainda no exílio, no México, Fidel Castro começou a articular a insurreição armada contra o governo de Fulgêncio Batista. Ele escreveu um manifesto ao povo cubano, que circulou clandestinamente, pedindo a unidade das forças opositoras ao governo. Fidel viajou para os Estados Unidos em busca de apoio dos exilados cubanos que lá moravam.

Em 2 de dezembro de 1956, Fidel deixou o México e voltou para Cuba, abrigando-se em Sierra Maestra e preparando o Exército Rebelde Cubano para atacar o governo. As táticas de guerrilha foram treinadas com os soldados desse exército e, certo da vitória, Fidel já rascunhava as primeiras leis que adotaria assim que chegasse ao poder.

A Revolução Cubana começou em 1º de janeiro de 1959. Fulgêncio Batista deixou o país, não possibilitando uma reação do governo contra o ataque de Fidel. Em 8 de janeiro, os revolucionários marcharam em Havana, e Fidel foi escolhido como primeiro-ministro do novo governo cubano. A União Soviética apoiou a revolução e ofereceu ajuda militar e econômica. Os Estados Unidos decretaram embargo econômico a Cuba. Para saber mais sobre esse importante fato ocorrido na América Latina, leia: Revolução Cubana.

Governo de Fidel Castro

As primeiras medidas do governo Fidel Castro foram:

  • estatizar a propriedade privada;
  • apropriar-se dos latifúndios para que fossem distribuídos aos camponeses.

Além disso, o partido comunista se tornou o único a manter as suas atividades. O novo governo se tornou uma ditadura ao restringir a liberdade de imprensa, perseguir opositores e fuzilar seus inimigos.

Durante o governo John Kennedy, os Estados Unidos apoiaram um ataque à Baía dos Porcos em 1961, organizado por cubanos exilados para derrubar o governo de Fidel Castro, mas foram derrotados. Em 1962, a URSS instalou mísseis em território cubano, ameaçando os Estados Unidos. Por pouco não começou uma guerra nuclear entre as duas superpotências.

O êxito da Revolução Cubana serviu de exemplo para outros países da América Latina seguir o mesmo rumo adotado por Fidel Castro, Ernesto Che Guevara e outros de tomar o poder por meio da luta armada. O próprio Fidel expressou seu desejo de “transformar a Cordilheira dos Andes em uma grande Sierra Maestra”, isto é, que o exemplo cubano fosse compartilhado por todos os países latino-americanos. Isso fez com que os Estados Unidos, a partir dos anos 1960, voltassem suas atenções para a América Latina a fim de evitar que outros países se transformassem em uma “nova Cuba”.

Nesse contexto, John Kennedy iniciou o programa “Aliança para o Progresso”, uma ajuda financeira para os países latino-americanos desenvolverem suas economias e evitar a difusão do discurso comunista vindo de Cuba. As desigualdades no continente americano gerava cada vez mais simpatizantes da causa cubana. Os Estados Unidos também apoiaram golpes de Estado contra governos que supostamente seriam ligados ao comunismo. O golpe de 1964 no Brasil é um exemplo.

Em 1991, com o fim da União Soviética, Cuba enfrentou sérios problemas econômicos, pois não tinha mais o auxílio financeiro vindo de Moscou. O ditador da Venezuela, Hugo Chávez, durante os primeiros anos da década 2000, ofereceu ajuda econômica a Cuba. Em 2006, a saúde de Fidel Castro piorou e ele começou o processo de transferência do poder para seu irmão Raúl. Em 24 de fevereiro de 2008, Raúl Castro se tornou presidente de Cuba e ensaiou uma aproximação com os Estados Unidos. O presidente norte-americano Barack Obama foi o primeiro a visitar Cuba, em 2016, depois da Revolução de 1959.

Morte de Fidel Castro

Fidel Castro morreu em 25 de novembro de 2016, aos 90 anos. Ele já estava fora do poder e aparecia em público esporadicamente quando algum líder político, ainda simpático à causa comunista, visitava-o. Ele também escrevia de forma esporádica no jornal governista “Gramna”.

Veja também: Guerra do Vietnã – conflito ocorrido no contexto da Guerra Fria

Exercícios resolvidos

Questão 1 – Assinale a alternativa que corretamente aponta o desfecho do ataque do grupo de Fidel Castro ao Quartel Moncada em 1956.

A) O ataque foi um sucesso e Fidel Castro assumiu o poder em Cuba.

B) Antes de o ataque iniciar, um dos integrantes do grupo delatou a ação, e os militares conseguiram debelar o grupo de Fidel.

C) Fidel Castro foi preso e condenado a 15 anos de prisão, mas conseguiu o exílio após sua defesa intitulada “A História me absolverá”.

D) O grupo foi derrotado e todos os seus integrantes foram mortos pelos militares.

Resolução

Alternativa C. Fidel Castro foi preso logo após o ataque ao Quartel Moncada e, como era advogado, fez a sua própria defesa, sendo exilado no México.

Questão 2 – Assinale a alternativa que mostra as primeiras medidas de Fidel Castro logo após a sua chegada ao poder em Cuba, em 1959.

A) Aproximação com os Estados Unidos e vinda de capital privado para a ilha cubana.

B) A União Soviética anexou Cuba, e Fidel Castro foi substituído por outro governante alinhado com Moscou.

C) Fidel fez um governo provisório e, em 1960, convocou eleições presidenciais diretas para a formação de um governo democrático.

D) O novo governo estatizou a propriedade privada, e os latifúndios sofreram reforma agrária.

Resolução

Alternativa D. Ao chegar ao poder em 1959, Fidel Castro iniciou uma série de reformas, a fim de acabar com a propriedade privada e expandir o controle do Estado sobre a economia.

Por: Carlos César Higa

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