Arte egípcia

A arte egípcia ficou marcada por pinturas, estátuas, obeliscos, itens em cerâmica e, principalmente, pela grandiosidade das pirâmides.

Ruínas do templo funerário do faraó Ramsés II, uma obra da arte egípcia.
A arquitetura é um dos grandes destaques da arte egípcia.

A arte egípcia foi marcada pela riqueza e engenhosidade características do Egito Antigo, uma civilização milenar de grande destaque na Antiguidade. Os egípcios produziram inúmeros itens de arte, como pinturas, textos, estátuas, templos, pirâmides, itens em cerâmica e muitos outros.

Os egípcios não entendiam a arte como algo a ser feito com para autossatisfazer uma necessidade estética do artista; ela era produzida de maneira anônima e sempre com finalidade, em geral, religiosa, ideológica ou cosmológica. Suas obras de arte, em geral, eram feitas sob encomenda.

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Tópicos deste artigo

Resumo sobre arte egípcia

  • A arte egípcia se manifestou por diferentes meios e pode ser identificada em pinturas, textos escritos, na arquitetura etc.

  • Os egípcios entendiam a arte como algo que deveria ter uma finalidade.

  • As obras de arte egípcias eram feitas sob encomenda e eram anônimas.

  • Uma das principais manifestações da arte egípcia foram as pirâmides.

  • A Grande Pirâmide de Gizé foi escolhida como uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo.

Principais características da arte egípcia

A arte é uma forma de expressão estética ou comunicativa que os seres humanos usam para produzir diferentes tipos de obras, como pinturas, músicas, peças teatrais, esculturas, obras literárias etc. Pode ter finalidade estética, em que o artista produz algo que considera belo apenas pela satisfação pessoal; embora também ele possa usar as artes para manifestar suas opiniões e como forma de obter o próprio sustento.

Essa noção de arte considera os parâmetros da atualidade, e, evidentemente, esse padrão do que é ou não é arte sofre transformações ao longo do tempo. Isso significa que a arte, da forma como entendemos hoje, não existia para os egípcios porque, embora estes cultivassem ideais estéticos, a arte só era produzida caso tivesse uma finalidade.

Com isso, as obras de arte egípcia sempre eram realizadas para atender a uma função específica, principalmente levando em consideração princípios religiosos, ideológicos e cosmológicos dos egípcios na Antiguidade. As obras de arte egípcias eram, em geral, feitas sob encomenda e, por conta disso, eram todas anônimas.

Isso porque o intuito do artista não era perpetuar o seu nome pelas gerações seguintes, mas sim atender à demanda que o levou à produção artística, além de dar uma finalidade para o que estava sendo criado. Assim, as pinturas presentes no interior das tumbas egípcias eram encomendadas pela família do morto, mas com o intuito de guiar essa pessoa na vida pós-morte.

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Podemos perceber, portanto, que a ideia de “arte pela arte”, em um sentido de produzir arte apenas como forma de autossatisfação estética e/ou artística, não existia para os egípcios porque a arte deles sempre atendia a uma função, um propósito que estava além do artista.

Outra preocupação importante dos egípcios em relação a sua arte é que ela fosse simétrica, de maneira a garantir sua harmonia — um conceito importante na cosmologia egípcia. Para os egípcios, a ideia de harmonia era fundamental para o equilíbrio do Universo.

Um último e importante aspecto da arte egípcia é que ela era bidimensional, isto é, os desenhos não tinham perspectiva. Novamente, isso acontecia porque o dever da arte não era transmitir emoções, mas sim cumprir sua função religiosa, ideológica ou cosmológica.

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Resumo histórico da arte egípcia

Acabamos de ver que a noção de arte se modificou ao longo da história, e nossa ideia de arte não é a mesma da Antiguidade. Esse raciocínio também vale para o estilo da arte egípcia e os tipos de obras artísticas que foram produzidos por esse povo.

Como os egípcios são um povo com uma cultura milenar, significa que sua arte se modificou ao longo da história. Além disso, a arte egípcia sofreu influências de povos estrangeiros, em especial de gregos e romanos. A arte egípcia é entendida como uma elitista porque representava os interesses e a ideologia das elites. Como vimos, ela era feita mediante encomenda e com o intuito de cumprir um propósito.

A arte egípcia se iniciou no período Pré-Dinástico, de 6000 a.C. a 3150 a.C., manifestando-se por meio de pinturas em rochas e peças de cerâmica. No período seguinte, chamado de Tinita ou Arcaico, o grande destaque da arte egípcia foi uma placa cerimonial chamada Paleta de Narmer. Essa placa contém uma narração a respeito da unificação dos reinos do Alto e Baixo Egito por Menés, o primeiro faraó.

Já no Antigo Império (2613-2181 a.C.), a arte passou por um processo de padronização conduzido pelas elites e se estabeleceu o padrão estético de Mênfis, capital egípcia. Isso foi evidenciado por uma série de estátuas que remetem a esse período e que possuem muitas similaridades. O destaque desse período, sem dúvidas, vai para importantes obras da arquitetura egípcia, as Pirâmides de Gizé e a Esfinge de Gizé.

O Primeiro Período Intermediário (2181-2040 a.C.) ficou marcado por uma maior liberdade artística no Egito Antigo, e, com isso, cada província egípcia pôde produzir arte de acordo com suas preferências estéticas e interesses. O período seguinte, conhecido como Médio Império (2040-1782 a.C.), foi marcado por muitas mudanças nas artes egípcias.

Esse período ficou marcado por grandes construções, como estátuas, e as pinturas passaram a ser desenhadas em um estilo mais realista, incluindo também representações de pessoas das camadas mais baixas da sociedade egípcia. No período subsequente, o Segundo Período Intermediário (1782-1570), a arte egípcia manteve as características do período anterior. Também foram encontradas muitas peças de hicsos e núbios nessa época.

Do Novo Império (1570-1069 a.C.), destacaram-se obras como a máscara mortuária do faraó Tutancâmon. Em geral, a arte egípcia desse período é entendida como de grande qualidade, pois foi quando as técnicas egípcias se aprimoraram, principalmente pelo contato com outras culturas.

Máscara dourada com detalhes coloridos com formato do rosto de um faraó, uma obra de arte egípcia.
Máscara mortuária do faraó Tutancâmon.

O Terceiro Período Intermediário (1069-525 a.C.) e a Época Baixa (525-332) ficaram marcados por certa influência persa e pela permanência de estilos que remontam ao período do Novo Império. O Período Ptolomaico (323-30 a.C.) ficou marcado por forte influência da cultura grega na arte egípcia, e os romanos influenciaram a arte egípcia de 30 a.C. a 646 d.C.

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Arte egípcia e arquitetura

Um dos grandes destaques da arte egípcia é, sem dúvidas, a sua arquitetura, com destaque para as pirâmides, as construções mais simbólicas desse povo da Antiguidade. Templos e outros tipos de tumbas, como as mastabas e os obeliscos, foram grandes obras da arquitetura egípcia. Claro que os egípcios demoraram séculos para desenvolver suas capacidades arquitetônicas.

As construções egípcias no Período Pré-Dinástico, por exemplo, eram bastante rústicas e construídas com tijolos de barro. No caso das pirâmides, elas só começaram a ser construídas no terceiro milênio a.C., e a primeira a ser construída foi a Pirâmide de Djoser, no século XXVII a.C., finalizada com 62 metros de altura.

Vista das três Pirâmides de Guizé ao lado da Esfinge, obras de arte egípcias, na paisagem desértica de Cairo, no Egito.
As Pirâmides de Guizé foram escolhidas como uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo.

As maiores pirâmides egípcias foram mesmo as Pirâmides de Gizé, sepulcros dos faraós Quéops, Quéfren e Miquerinos. A Grande Pirâmide de Gizé (a de Quéops) possui 146 metros de altura, sendo elencada como uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo. Essa construção ainda existe e é um patrimônio cultural.

Por: Daniel Neves Silva

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