Charles Darwin

Charles Robert Darwin foi um importante pesquisador e ficou conhecido por sua famosa teoria evolucionista, a qual é baseada na seleção natural e ancestralidade comum. As ideias propostas por ele até hoje são aceitas, sendo seu livro considerado um dos mais influentes de todos os tempos. Muitos conhecem sua obra, mas vale salientar que a história de sua vida é igualmente fascinante.

Leia também: Seleção natural — a revolucionária teoria proposta do Darwin

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Infância e juventude de Darwin

Charles Darwin nasceu em uma família rica e bastante tradicional em 1809, na cidade inglesa de Shrewabury. Durante toda a infância, estudou em casa, onde demonstrava já o hábito de colecionador. Aos 8 anos, foi estudar em uma escola, onde aprendeu latim e grego. Aos 16 anos, foi enviado para a Universidade de Edinburgo para cursar Medicina.

Na faculdade de Medicina, Darwin não se encontrou, e uma das razões foi a sua fobia a sangue. Apesar de não gostar do curso, na universidade ele aprendeu mais sobre taxonomia e geologia. Além disso, conheceu Robert Grant, que foi seu orientador e apresentou-lhe estudos importantes, como os trabalhos de Lamarck. Apesar disso, em 1827, Darwin desistiu do curso de Medicina.

Charles Darwin foi o naturalista que propôs a ideia de seleção natural.
Charles Darwin foi o naturalista que propôs a ideia de seleção natural.

Diante da desistência, o pai de Darwin decidiu mandá-lo para o Christ’s College, onde ele deveria estudar Artes e formar-se clérigo da Igreja Anglicana. Nesse local, Darwin poderia também explorar seu gosto por história natural e foi onde conheceu o naturalista John Stevens Henslow. Foi Henslow quem aconselhou Darwin a fazer viagens para ampliar seus conhecimentos. Darwin, então, por indicação de Henslow, embarcou no famoso navio Beagle.

Leia também: Evidências da evolução biológica

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A viagem no Beagle

Darwin viajou para Londres, após muita insistência com o pai, que era contra a viagem, e conviveu uma semana com o capitão a bordo do Beagle. Após ser aceito, ele embarcou na viagem que seria primordial para o entendimento da origem das espécies.

Uma das mais importantes paradas realizadas pelo Beagle foi em Galápagos, um conjunto de ilhas na costa do Pacífico. Entre os animais observados na ilha, estavam os pássaros conhecidos como tentilhões, os quais se espalhavam pelas diferentes ilhas e apresentavam uma característica diferente em cada um desses locais. Essa observação foi primordial para a compreensão da ideia de adaptação.

A viagem no Beagle durou cinco anos e foi suficiente para que Darwin coletasse material e compreendesse melhor o desenvolvimento dos seres vivos. Após a viagem, ele escreveu vários livros sobre fauna e flora dos locais por onde passou e também construiu suas ideias sobre evolução. Em 1842, ele escreveu a primeira versão de Origem das Espécies, mas não a publicou.

Darwin foi impulsionado a apresentar suas ideias quando descobriu que Alfred Russel Wallace havia chegado basicamente à mesma conclusão que ele. Darwin, então, encaminhou o trabalho de Wallace para seu amigo Charles Lyell, que sugeriu uma apresentação conjunta dos trabalhos. Com a ajuda de Lyell e Joseph Hooker, os manuscritos de Wallace e Darwin foram apresentados, no mesmo dia, em 1858, na Sociedade Lineana de Londres. Um ano após a apresentação, o naturalista publicou seu famoso livro: A Origem das Espécies.

Casamento e filhos

Darwin casou-se com sua prima, Emma Wedgwood e, com ela, teve 10 filhos, dos quais três morreram ainda jovens. A morte mais marcante foi de sua filha Anne, que morreu aos 10 anos de uma febre com características semelhantes às da febre tifoide.

Morte de Darwin

Darwin morreu no dia 19 de abril de 1882, em consequência de um ataque cardíaco. Em seu túmulo, na Abadia de Westminster, existe apenas uma inscrição simples com os dizeres: Charles Robert Darwin born 12 February 1809. Died 19 April 1882 (Charles Robert Darwin nasceu em 12 de fevereiro de 1809. Morreu em 19 de abril de 1882).

Leia também: Darwinismo — a teoria evolucionista de Darwin

As ideias darwinianas

A obra A Origem das Espécies, de Charles Darwin, é considerada um dos livros mais influentes de todos os tempos. Darwin trouxe um dos conceitos mais importantes da evolução: a seleção natural. De acordo com essa ideia, o meio é capaz de selecionar os organismos mais aptos a sobreviver em determinado local.

Apesar do que muitos pensam, Darwin nunca afirmou que o homem veio do macaco, e sim que temos um ancestral comum.
Apesar do que muitos pensam, Darwin nunca afirmou que o homem veio do macaco, e sim que temos um ancestral comum.

Imaginemos, por exemplo, que em uma região existam besouros de coloração verde e outros de coloração vermelha. Os dois tipos de besouro vivem em plantas de folhas verdes, o que favorece a camuflagem do besouro verde.

O besouro vermelho, por sua vez, é avistado com mais frequência, logo é capturado mais facilmente por predadores. Os besouros verdes apresentam chances maiores de crescer, reproduzir-se e passar suas características aos seus descendentes, diferentemente dos vermelhos, que frequentemente morrem jovens.

Com o tempo, observam-se um aumento da população de besouros verdes e uma queda no número de indivíduos vermelhos. Nessa situação, fica claro como as características do meio determinaram a sobrevivência de um determinado organismo, o qual se encontrava mais adaptado a viver nesse local.

Apesar de a seleção natural explicar como as espécies mudam ao longo do tempo, a teoria não explica como as características são herdadas. Isso se deve ao fato de que o trabalho realizado por Darwin foi feito em uma época em que o estudo da genética estava ainda em desenvolvimento. A partir do aprofundamento da genética e o entendimento do conceito de genes, essa lacuna na explicação do mecanismo da seleção natural foi preenchida.

Além da ideia de seleção natural, outra ideia proposta por Darwin é a de ancestralidade comum. De acordo com essa ideia, diferentes grupos de organismos apresentam uma espécie ancestral, a qual sofreu uma série de modificações ao longo do tempo e deu origem a diferentes espécies. Nesse ponto, há muita confusão, pois muitas pessoas acreditam que os seres humanos são descendentes dos macacos. Entretanto, o que podemos afirmar é que os homens e os macacos compartilham um ancestral comum, o qual não era um macaco nem tampouco um ser humano.

Por: Vanessa Sardinha dos Santos

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