George Orwell

George Orwell foi um autor do século XX e fez parte do modernismo inglês. Suas obras mais famosas são “A revolução dos bichos” e “1984”.

George Orwell foi autor de “A revolução dos bichos” e “1984”.[1]
George Orwell foi autor de “A revolução dos bichos” e “1984”.[1]

George Orwell (pseudônimo de Eric Arthur Blair) nasceu em 25 de junho de 1903, em Motihari, na Índia. Mais tarde, estudou no respeitado Colégio Eton, trabalhou na Polícia Imperial Indiana, em uma livraria londrina, lutou na Guerra Civil Espanhola e também foi funcionário da BBC.

O romancista, que faleceu em 21 de janeiro de 1950, em Londres, foi um autor do modernismo inglês. Seus dois livros mais famosos são A revolução dos bichos e 1984. Nessas obras, é possível perceber a crítica sociopolítica e uma visão pessimista da humanidade, com base em realidades distópicas.

Leia também: Julio Cortázar — autor de obras caracterizadas pela profundidade psicológica dos personagens

Tópicos deste artigo

Resumo sobre George Orwell

  • O escritor George Orwell nasceu em 1903 e faleceu em 1950.

  • Além de romancista, ele trabalhou na Polícia Imperial Indiana.

  • Fez parte do modernismo inglês e defendeu o socialismo democrático.

  • Suas obras são de caráter realista e apresentam temática sociopolítica.

  • Seus dois livros mais conhecidos são A revolução dos bichos e 1984.

Biografia de George Orwell

George Orwell é o pseudônimo do escritor Eric Arthur Blair, nascido em 25 de junho de 1903, em Motihari, na Índia, onde o pai, cidadão inglês, trabalhava no serviço público. Quando o romancista tinha quatro meses de idade, sua família se mudou para a Inglaterra. Sua criação ficou a cargo de sua mãe.

O escritor, um aluno exemplar, estudou na St. Cyprian’s School, na cidade de Eastbourne. Em 1917, ao receber uma bolsa de estudos, ingressou no conceituado Colégio Eton. Já em 1922, era funcionário da Polícia Imperial Indiana, na Birmânia. Cinco anos depois, desligou-se da polícia, e, em 1928, decidiu ir para a França, onde viveu durante mais de um ano.

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Já tinha publicado seu primeiro livro, quando, em 1934, conseguiu um emprego em uma livraria em Hampstead, bairro londrino. Dois anos depois, casou-se com Eileen O’Shaughnessy (1905-1945). Nesse ano de 1936, também fez uma viagem à cidade de Wigan, onde colheu material para seu livro A caminho de Wigan, publicado no ano seguinte.

O casal vivia tranquilamente em uma casa de campo, em Wallington. Em 1937, Orwell passou seis meses na Espanha, onde participou da guerra civil, na luta contra Franco (1892-1975), e foi ferido na garganta por uma bala. Dois anos depois, em 1939, viajou a Marrocos para se tratar de uma doença pulmonar.

Portanto, devido ao problema de saúde, foi dispensado de lutar na Segunda Guerra Mundial. Em 1941, começou a trabalhar na BBC, rede pública de rádio e televisão fundada em 1922. Descontente com o trabalho nessa empresa, decidiu, em 1943, ser o editor da revista de esquerda Tribune.

A esposa de Orwell morreu em 1945, durante uma cirurgia, e o autor precisou da ajuda de sua irmã, Avril Blair, para criar o filho adotivo Richard Horatio Blair. Nesse mesmo ano, o romancista publicou seu grande sucesso A revolução dos bichos, que lhe trouxe o reconhecimento e a fama.

O romance 1984 foi publicado em 1949 e, nos próximos anos, se tornaria conhecido no mundo inteiro. Nesse ano, Orwell se casou com Sonia Brownell (1918-1980). Em 21 de janeiro de 1950, ele faleceu no University College Hospital, em Londres, depois de perder a luta contra a tuberculose.

Características literárias de George Orwell

George Orwell foi um autor do modernismo inglês, e suas obras apresentam as seguintes características:

  • caráter distópico;

  • prosa alegórica;

  • temática sociopolítica;

  • caráter filosófico;

  • pessimismo;

  • visão realista;

  • ironia;

  • elementos satíricos;

  • linguagem objetiva.

Leia também: Franz Kafka — autor também marcado pela visão pessimista da realidade

Quais as posições ideológicas de George Orwell?

George Orwell defendeu o socialismo democrático, portanto, foi contrário a qualquer regime totalitário, como o nazismo, o fascismo e o stalinismo. Além disso, o autor foi um crítico do catolicismo. Assim, tanto os leitores de direita quanto os de esquerda acabam encontrando nas obras do escritor elementos favoráveis à ideologia em que cada um deles acredita.

Obras de George Orwell

Romances

  • Dias na Birmânia (1934)

  • A filha do reverendo (1935)

  • Mantenha o sistema (1936)

  • Um pouco de ar, por favor! (1939)

  • A revolução dos bichos (1945)

  • 1984 (1949)

Memórias

  • Na pior em Paris e Londres (1933)

  • A caminho de Wigan (1937)

  • Lutando na Espanha (1938)

Análise de A revolução dos bichos

Capa do livro “A revolução dos bichos”, de George Orwell, publicado com o selo Biblioteca Azul, da Globo Livros.[2]
Capa do livro “A revolução dos bichos”, de George Orwell, publicado com o selo Biblioteca Azul, da Globo Livros.[2]

A revolução dos bichos é uma das obras mais famosas de George Orwell, ao lado do romance 1984. Com o título original de Animal farm, esse livro foi publicado, pela primeira vez, em 1945. A princípio, ele faz uma crítica ao stalinismo. Porém, após uma leitura atenta, percebemos que é mais do que isso, ou seja, a obra é contra o totalitarismo.

Por isso, ela permanece atual, já que regimes autoritários ainda persistem em muitas sociedades contemporâneas. Portanto, os personagens da obra são alegóricos. Desse modo, os animais da fazenda do senhor Jones representam o proletariado ou o povo, enquanto Jones e os outros humanos são os capitalistas ou opressores.

A revolução de que fala o título é comandada pelos porcos, que, assim como aqueles que lideraram a Revolução Russa, em 1917, acabam se corrompendo. Isso é o que o narrador sugere. Assim, durante toda a narrativa, ele nos mostra como os líderes da revolução dos bichos, aos poucos, vão se transformando naquilo que, a princípio, eles combatiam.

Alegoricamente, os porcos, que acabam se assemelhando a humanos, são os stalinistas que se aproximam do capitalismo. De forma mais ampla, são qualquer líder que luta contra a opressão para depois se corromper e se transformar em um ditador. Alguns dos animais são bastante emblemáticos:

  • Cavalos Quitéria e Sansão: trabalhadores obedientes.

  • Corvo Moisés: perpetua a crença religiosa.

  • Égua Mimosa: ignorante e alienada.

  • Porco Bola de Neve: disputa o poder com Napoleão.

  • Porco Garganta: responsável pela propaganda.

  • Porco Major: alegoria de Karl Marx.

  • Porco Napoleão: alegoria de Stalin.

Nessa sociedade animal, comandada pelos porcos, a igualdade é vencida pela ditadura. Ainda, os Sete Mandamentos do Animalismo originais são alterados, reinterpretados ou desrespeitados de acordo com os interesses dos porcos:

  1. Qualquer coisa que ande sobre duas pernas é inimigo.

  2. O que ande sobre quatro pernas, ou tenha asas, é amigo.

  3. Nenhum animal usará roupa.

  4. Nenhum animal dormirá em cama.

  5. Nenhum animal beberá álcool.

  6. Nenhum animal matará outro animal.

  7. Todos os animais são iguais.|1|

Dessa forma, o quarto mandamento, por exemplo, transforma-se em “Nenhum animal dormirá em cama com lençóis”; e o quinto: “Nenhum animal beberá álcool em excesso”. Já o sexto: “Nenhum animal matará outro animal sem motivo”; e por fim: “Todos os animais são iguais, mas alguns animais são mais iguais do que os outros”.

Leia também: José Saramago — autor de obras caracterizadas pela crítica social, política e religiosa

Frases de George Orwell

A seguir, vamos ler algumas frases de George Orwell, retiradas de seu livro 1984|2|:

“O Grande Irmão está de olho em você.”

“Guerra é paz, liberdade é escravidão, ignorância é força.”

“Nada era ilegal, visto que já não existiam leis.”

“O pensamento-crime não era uma coisa que se pudesse disfarçar para sempre.”

“O pensamento-crime não acarreta a morte: o pensamento-crime é a morte.”

“Agora havia medo, ódio e dor, mas não dignidade na emoção, não tristezas profundas ou complexas.”

“Quem controla o passado controla o futuro; quem controla o presente controla o passado.”

Notas

|1| Tradução de Heitor Ferreira.

|2| Tradução de Alexandre Hubner e Heloisa Jahn.

Crédito da imagem

[1] howcolour / Shutterstock

[2] Globo Livros (reprodução) 

Por: Warley Souza

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