Filogenia

Filogenia se refere à história evolutiva de uma ou mais espécies. A filogenia é representada por meio das árvores filogenéticas, um diagrama ramificado.

A filogenia é representada por árvores filogenéticas, as quais lembram as árvores genealógicas.
A filogenia é representada por árvores filogenéticas, as quais lembram as árvores genealógicas.

A filogenia é a história evolutiva de uma espécie ou de um grupo de diferentes espécies. Para inferir a filogenia, vários estudos devem ser feitos, sendo necessário obter dados confiáveis sobre a morfologia, genética e bioquímica dos organismos que estão sendo estudados. A filogenia é representada por árvores filogenéticas, as quais lembram as árvores genealógicas.

Leia também: Evidências da evolução biológica – indícios de que espécies modificaram-se ao longo do tempo

Tópicos deste artigo

Resumo sobre filogenia

  • A filogenia representa a história evolutiva de uma ou mais espécies.

  • A filogenia é representada por árvores filogenéticas.

  • As dicotomias ou pontos de ramificação de duas vias referem-se a um ponto em que duas linhagens evolutivas surgem de um ancestral comum.

  • As politomias ocorrem quando, de um ponto de ramificação, surgem mais de duas linhagens evolutivas.

  • Táxons-irmãos compartilham um ancestral comum imediato.

  • Táxon basal é uma linhagem que se divergiu cedo na história evolutiva de um grupo.

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Entendendo a filogenia

A filogenia é a história evolutiva de uma ou mais espécies, a qual pode ser representada por meio da árvore filogenética. Ao analisar as árvores filogenéticas, podemos identificar as espécies que apresentam maior relação de parentesco e analisar os eventos de especiação (processo de formação de novas espécies). Construir a história evolutiva de uma espécie, no entanto, não é uma tarefa fácil, sendo as filogenias construídas com base em dados morfológicos e moleculares obtidos sobre cada espécie estudada.

Exemplo esquemático de uma árvore filogenética.
Observe o exemplo de uma árvore filogenética.

Na figura, podemos observar um exemplo de árvore filogenética com uma hipótese a respeito das relações evolutivas existentes entre diferentes táxons. Observe que na árvore filogenética verificamos pontos de ramificação de duas vias ou dicotomias. Esses pontos indicam que uma linhagem ancestral comum divergiu em duas linhagens evolutivas distintas.

Em algumas situações, a partir de um ponto de ramificação, surgem mais de duas linhagens evolutivas. Essa situação é denominada politomia e pode ser observada no ponto 5 da nossa figura. Em casos assim, podemos concluir que as relações evolutivas para aqueles grupos ainda não foram bem estabelecidas. Assim, estudos mais aprofundados devem ser feitos a fim de se conhecer melhor essas relações. As politomias, no entanto, também podem ser resultados de uma série de especiações rápidas, responsáveis por gerar mais de duas linhagens evolutivas.

Denominamos táxons-irmãos os grupos de organismos que compartilham um ancestral comum imediato, sendo, portanto, os parentes mais próximos entre si. Esse é o caso dos táxons B e C. Observe na figura que os táxons-irmãos apresentam uma parte da sua história evolutiva compartilhada e outra que é única para cada grupo.

O termo táxon basal é usado para se referir à linhagem que divergiu cedo na história evolutiva de um grupo. Na árvore filogenética que estamos analisando, esse é o caso do táxon G. Observe que ele está em um ramo que se originou próximo ao ancestral comum do grupo.

Leia mais: Órgãos homólogos e análogos – conceitos que permitem identificar se um organismo possui ou não parentesco com outro

Erros comuns ao analisar-se as árvores filogenéticas

Quando analisamos uma árvore filogenética, devemos estar atentos para não cometermos nenhum erro de interpretação. De maneira geral, as árvores filogenéticas indicam apenas os padrões de descendência. Se nenhuma informação adicional for fornecida, os ramos não devem ser relacionados com o tempo em que cada processo ocorreu.

Outro ponto importante é não considerar que um táxon evoluiu de outro próximo a ele. Considerando a figura apresentada anteriormente, é incorreto assumir que o táxon B evoluiu do táxon C ou vice-versa. O que temos representado é que esses táxons evoluíram de um ancestral comum.

Esse erro é bastante frequente quando falamos em seres humanos, sendo comum a afirmação de que humanos evoluíram de chimpanzés, por exemplo. O que podemos afirmar por meio da filogenia é que esses organismos apresentam um ancestral comum e que esse ancestral não era nem o ser humano nem o chimpanzé.

Além dos pontos apresentados, devemos deixar claro que as árvores filogenéticas não estão relacionadas com as semelhanças morfológicas. Em algumas situações, observamos realmente a semelhança entre os grupos, entretanto, nem sempre essa semelhança morfológica é observada. A diferença pode ser consequência, por exemplo, das diferentes condições ambientais às quais os organismos foram expostos durante sua história evolutiva.

Representação em escadas

Por muito tempo, os seres vivos eram organizados em um padrão de escadas. A base da escada era representada por indivíduos considerados inferiores, enquanto o topo possuía os organismos considerados superiores. Hoje sabemos que a evolução produz um padrão que se assemelha a uma árvore e não a uma escada. Na raiz dessa árvore, é observada a linhagem ancestral das espécies estudadas, enquanto na ponta das ramificações, temos os seus descendentes.

A representação em escadas também fez com que muitos entendessem que alguns organismos são superiores aos outros, que alguns seriam mais “evoluídos”. Evolução é um termo utilizado para se referir às mudanças que ocorreram ao longo do tempo nos organismos, e os seres vivos encontrados no planeta atualmente desenvolveram-se de maneiras distintas, não sendo correto, portanto, falar que um é mais evoluído que outro.

Por: Vanessa Sardinha dos Santos

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