João Goulart

João Goulart foi presidente do Brasil de 1961 a 1964, sendo destituído por um golpe. Ele ingressou na política, na década de 1940, por influência de Getúlio Vargas.

João Goulart foi presidente do Brasil entre os anos de 1961 e 1964.[1]

João Goulart foi um político brasileiro que seguiu carreira no PTB, um dos partidos mais tradicionais do período entre 1946 e 1964. Foi deputado estadual, deputado federal, vice-presidente em duas ocasiões e tornou-se presidente com a renúncia de Jânio Quadros. Foi destituído da presidência por conta do Golpe Civil-Militar de 1964.

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Resumo sobre João Goulart

  • Nasceu em 1919, pertencendo a uma tradicional família de estancieiros.
  • Prosperou administrando as fazendas e os negócios de sua família.
  • Ingressou na política na década de 1940, filiando-se ao PTB.
  • Foi deputado estadual, deputado federal, ministro e vice-presidente do Brasil.
  • Assumiu a presidência em 1961, depois que Jânio Quadros renunciou.
  • Foi derrubado pelo Golpe de 1964.

Juventude de João Goulart

João Belchior Marques Goulart nasceu no dia 1º de março de 1919, sendo originário de São Borja, no Rio Grande do Sul. Ele pertencia a uma família de boa condição financeira, uma vez que seu pai, Vicente Rodrigues Goulart, era um estancieiro dono de duas fazendas e de alguns negócios. Além disso, o pai de Jango era um homem influente que participava ativamente de questões políticas do Rio Grande do Sul.

João Goulart era conhecido na sua infância como Jango e carregou esse apelido por toda a sua vida. Ele foi o primeiro filho de Vicente e Vicentina Marques Goulart. Jango cresceu nas fazendas de seu pai, mas, aos nove anos, foi enviado para um internato, em Uruguaiana, e lá permaneceu por cinco anos.

Vida profissional de João Goulart

Jango ainda estudou um ano em Porto Alegre e concluiu seus estudos em Uruguaiana. Depois disso, retornou para a capital do Rio Grande do Sul, e lá se matriculou na Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais para estudar Direito, pois esse era o desejo de seu pai, mas Jango nunca teve intenção de seguir carreira como advogado.

João Goulart ingressou no curso de Direito em 1935 e formou-se em 1940, e nesse período teve a sua primeira experiência como homem de negócios. Ele trabalhou com compra, engorda e venda de gado, e essa experiência lhe foi muito útil para assumir os negócios da família. João Goulart tomou a posição de seu pai porque ele estava doente, tinha câncer.

À frente dos negócios da família, João Goulart demonstrou enorme habilidade para eles, e trabalhava como pecuarista e também como agricultor. Entre 1943 e 1945, a fortuna de João Goulart e de sua família cresceu bastante, e ele se tornou um homem influente em São Borja.

Carreira política de João Goulart

A entrada de João Goulart na política foi por influência direta da família Vargas. As propriedades de Goulart eram próximas das de Getúlio Vargas e de outros membros da família. João Goulart foi identificado como um homem de grande habilidade política, pois discursava bem, era simpático com as pessoas, comunicativo e possuía ideais progressistas.

Foi convidado para filiar-se ao Partido Social Democrático (PSD), mas a influência de Getúlio Vargas fê-lo filiar-se ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). João Goulart tornou-se bastante engajado na promoção do crescimento do PTB no Rio Grande do Sul. Nesse primeiro momento, ele apoiou a candidatura de Eurico Dutra, e elegeu-se deputado estadual em 1947.

Depois disso, Goulart foi uma das figuras mais importantes na campanha eleitoral de Getúlio Vargas, que disputava a presidência do Brasil. Nesse momento, Jango teve uma dupla vitória: Getúlio Vargas foi eleito presidente e ele conseguiu ser eleito deputado federal.

  • Atuação no segundo governo Vargas

João Goulart foi ministro do Trabalho durante o segundo governo de Vargas.[1]

No Rio de Janeiro, João Goulart tinha contato direto com o presidente e desenvolveu uma grande proximidade com os sindicatos e suas lideranças. Essa sua habilidade se tornou útil para Getúlio Vargas porque o governo deste passou a enfrentar problemas como o movimento de trabalhadores.

Vargas enfrentava uma forte rejeição por causa da alta inflação, assim, decidiu nomear João Goulart para o Ministério do Trabalho, em junho de 1953, com o intuito de aproximar o governo dos trabalhadores. Vargas foi bastante criticado por essa nomeação porque seus opositores acusavam Goulart de ser um comunista e sindicalista que implantaria um governo de trabalhadores no Brasil.

A principal ação tomada por Jango na função foi exatamente a mais polêmica: ele propôs aumentar o salário mínimo em 100%. Os militares ficaram irritadíssimos com a proposta, e Jango demitiu-se da função em fevereiro de 1954. Vargas, no entanto, enfrentou os militares e anunciou o aumento salarial em maio de 1954.

Depois da experiência como primeiro-ministro, João Goulart se tornou o quadro mais expressivo do PTB no Brasil e acabou sendo eleito vice-presidente em duas ocasiões: em 1955 e 1960. Na primeira vez, o presidente era Juscelino Kubitschek, e na segunda, Jânio Quadros.

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Governo Jango

Em agosto de 1961, nio Quadros decidiu renunciar à presidência, e, pela Constituição de 1946, a função deveria ser transmitida para o vice, João Goulart. Este estava em viagem diplomática à China e precisou retornar ao Brasil para assumir o governo federal. Enquanto isso, uma crise política se iniciava aqui.

Os militares não queriam permitir a posse de João Goulart, pois o acusavam de ser sindicalista e comunista. Isso fez com que a política e a sociedade brasileira se incendiassem. A tentativa de golpe dos militares encontrou forte resistência, e foi formada a Campanha da Legalidade, cujo objetivo era garantir a posse de João Goulart como presidente do Brasil, conforme a Constituição asseverava.

A posse de Jango aconteceu, em 7 de setembro de 1961, sob um sistema parlamentarista. Em janeiro de 1963, o Brasil retomou o sistema presidencialista, e João Goulart pôde assumir com amplos poderes políticos. Em seu governo, ele tentou implantar as Reformas de Base, mas o projeto encontrou forte resistência nas elites políticas e econômicas do Brasil.

Além disso, a polarização política mobilizou grupos conservadores, como o empresariado, a mídia e os militares, a se unirem para conspirar contra o presidente. O governo de João Goulart passou a ser alvo de ações de desestabilização, e um golpe foi gerado. A desestabilização e o golpe foram apoiados secretamente pelos Estados Unidos.

O golpe contra João Goulart se iniciou com uma rebelião militar em Juiz de Fora, no dia 31 de março de 1964. A rebelião se espalhou pelo país, e o golpe foi confirmado pelo Congresso Nacional, quando João Goulart foi derrubado ilegalmente da presidência da república.

Poucos dias depois, os militares anunciaram as primeiras mudanças por meio do Ato Institucional nº 1, e Humberto Castello Branco foi eleito presidente do Brasil em uma eleição indireta. Esse era o início da Ditadura Militar, que se estendeu até 1985.

  • Videoaula sobre o governo de João Goulart

Últimos anos de João Goulart

Depois do Golpe Civil-Militar de 1964, João Goulart se exilou no Uruguai e depois na Argentina. Juntou-se à Frente Ampla, um movimento de oposição à ditadura iniciado por Carlos Lacerda. No entanto, esse período marcou o declínio da saúde de Jango. Em 6 de dezembro de 1976, ele faleceu devido a um ataque cardíaco.

Créditos das imagens

[1] FGV/CPDOC

Por: Daniel Neves Silva

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