Frida Kahlo foi um artista mexicana internacionalmente reconhecida por suas pinturas, sobretudo seus autorretratos. Ela também chamava atenção por suas roupas folclóricas, fruto de seu apego pela cultura mexicana, além de ser algo visto como uma forma de esconder as deformidades que ela carregava em seu corpo por conta da poliomelite e de um grave acidente em sua juventude.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo
- 2 - Videoaula: Frida Kahlo | Grandes mulheres da história
- 3 - Primeiros anos de Frida de Kahlo
- 4 - Acidente que atingiu Frida Kahlo
- 5 - Casamento de Frida Kahlo
- 6 - Últimos anos de Frida Kahlo
- 7 - Pinturas de Frida Kahlo
Resumo
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Frida Kahlo nasceu em Coyoacán. Era filha de um alemão e de uma mexicana descendente de indígenas.
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Aos 6 anos de idade, sofreu poliomelite, o que deformou sua perna direita. Aos 18 anos, sofreu um acidente que deixou sequelas em todo o seu corpo.
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Após o acidente, começou a pintar, destacando-se seus autorretratos que expunham as próprias fragilidades.
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Casou-se com o artista mexicano Diego Rivera e teve um caso extraconjugal com Leon Trotsky.
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Faleceu em 1954, vítima de uma embolia pulmonar, embora alguns pesquisadores acreditem na hipótese de suicídio.
Videoaula: Frida Kahlo | Grandes mulheres da história
Primeiros anos de Frida de Kahlo
Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderón nasceu em Coyoacán, nos arredores da Cidade do México, em 6 de julho de 1907. Mais conhecida como Frida Kahlo, a artista mexicana era filha de um alemão e uma mexicana de origem indígena. Além disso, ela possuía três irmãs: Matilde, Adriana e Cristina.
O pai de Frida era um alemão que havia emigrado para o México no final do século XIX. Ele se chamava Guillermo Kahlo (Carl Wilhelm Kahlo, em alemão) e trabalhava como fotógrafo. A mãe de Frida, por sua vez, chamava-se Matilde Calderón y González e era descendente de indígenas. A relação de Frida com sua mãe não era das melhores.
A infância de Frida Kahlo ficou marcada por uma doença. Aos 6 anos ela teve poliomielite, doença que deixou algumas sequelas no corpo de Frida. Sua perna direita ficou deformada, ficando um pouco menor que a perna esquerda, além de ser mais fina também. A doença fez com que Frida se isolasse das outras pessoas, mas também fez com que ela se aproximasse do pai.
Na sua infância, Frida estudou em uma escola alemã e depois foi matriculada na Escuela Nacional Preparatoria, uma das melhores escolas de todo o México. Nessa escola ela teve contato com o indigenismo, um ideal nacionalista que exaltava as civilizações indígenas que habitavam o território mexicano. Esse ideal era um desdobramento da Revolução Mexicana.
Acidente que atingiu Frida Kahlo
Aos 18 anos de idade, Frida Kahlo passou por uma experiência que legou consequências para ela por toda a sua vida. Em 17 de setembro de 1925, ela retornava para casa, quando um bonde colidiu contra o ônibus em que ela estava, causando um grave acidente. Muitos dos passageiros do ônibus faleceram e Frida sofreu ferimentos gravíssimos.
Ela foi empalada por um dos corrimãos do ônibus, o que perfurou seu abdômen e útero. Além disso, ela fraturou a clavícula, duas costelas, quadril, a espinha em três locais e a perna direita em 11 locais diferentes. O pé foi esmagado e deslocado.
Naturalmente, todos esses danos foram extremamente dolorosos para Frida, que teve de passar por uma série de procedimentos cirúrgicos, além de ser obrigada a usar próteses para se recuperar dos danos e para poder ser movimentar. Ao todo, Frida passou por 35 cirurgias e teve de lidar com as dores e com as limitações em seus movimentos ao longo de toda a sua vida.
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Casamento de Frida Kahlo
O acidente fez com que Frida abandonasse o sonho de se tornar médica, mas, apesar das limitações, ela retomou sua vida social. Muitos pesquisadores apontam que as sequelas do acidente e da poliomelite contribuíram para que Frida usasse roupas folclóricas, como vestidos e saias longos e coloridos. Isso inclusive se tornou uma marca dela.
Quando estava se recuperando do acidente, Frida Kahlo passou a pintar e, então, decidiu levar suas pinturas para que o pintor Diego Rivera pudesse analisá-las. Ela havia conhecido esse pintor nos tempos em que estudava na Escuela Nacional Preparatoria, e os relatos contam que o pintor ficou impressionado com a qualidade do trabalho de Frida.
A partir daí, Frida e Diego Rivera aproximaram-se e um relacionamento foi iniciado. Logo os dois decidiram casar-se, o que aconteceu em 21 de agosto de 1929. Na ocasião, Frida tinha 22 anos, e Diego Rivera, 42 anos. A mãe de Frida não viu o casamento com bons olhos, principalmente porque Diego já havia se divorciado duas vezes.
O envolvimento de Frida com Diego Rivera fez com que ela se filiasse ao Partido Comunista Mexicano, no qual Diego era um dos importantes quadros. Tempos depois de se casarem, Diego e Frida mudaram-se para os Estados Unidos e lá fizeram uma série de viagens como parte das exposições artísticas de Rivera.
Em 1932, ela engravidou de Diego Rivera, mas acabou tendo que abortar por questões ligadas a sua saúde. Além dessa tragédia, o casamento de Diego e Frida enfrentou problemas de infidelidade. Diego Rivera traía Frida constantemente, chegando até mesmo a ter um caso extraconjugal com Cristina, irmã de Frida.
Frida também teve uma série de casos extraconjugais, dos quais se destaca o romance com Leon Trotsky, revolucionário soviético que foi obrigado a fugir da União Soviética por ser perseguido por Josef Stalin. Trotsky havia se exilado no México, e esse exílio acabou de maneira trágica, uma vez que ele foi assassinado por um espião do serviço secreto soviético.
Em 1939, as traições dos dois lados fizeram com que o casamento de Frida e Rivera se encerrasse. Entretanto, o divórcio durou cerca de um ano, pois, no final de 1940, eles decidiram casar-se novamente. Os casos extraconjugais continuaram acontecendo dos dois lados.
Últimos anos de Frida Kahlo
A partir da década de 1940, a saúde de Frida começou a declinar rapidamente e seus problemas de saúde eram piorados pelo consumo excessivo de bebidas alcoólicas. Ela sentia dores agudas nas costas e nas pernas, sendo obrigada a usar uma série de próteses e passar por diversos procedimentos médicos para aliviar as dores.
Além disso, ela passou a sofrer com uma infecção em uma de suas mãos, além de ter depressão e sofrer com sífilis. As dores nas costas que ela sentia eram tão grandes que, a partir de determinado ponto, o ato de ficar de pé ou de ficar sentada causava fortes dores na artista. Ela passou a ficar reclusa em La Casa Azul, a casa em que morou por muitos anos.
A perna direita dela piorou consideravelmente na década de 1950 e gangrenou, precisando ser amputada em 1953. As dores tornaram Frida dependente de analgésicos. A situação de sua saúde seguiu se agravando até que ela faleceu, em 13 de julho de 1954, vítima de uma embolia pulmonar. Alguns pesquisadores acreditam na hipótese de que ela possa ter cometido suicídio para se livrar das dores que a atormentavam.
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Pinturas de Frida Kahlo
Frida Kahlo ficou marcada na história não só do México, mas de todo o mundo, como uma das artistas mais talentosas do século XX. Como mencionado, ela começou a pintar logo após seu acidente, em 1925. Nos últimos anos de sua vida, ela passou a gozar de mais prestígio como artista e chegou a realizar exposições nos Estados Unidos, França e México. O reconhecimento ao seu trabalho seguiu depois que ela faleceu, em 1954.
Dentre as pinturas de Frida, destacam-se, principalmente, os autorretratos produzidos por ela e entendidos pelos especialistas como uma forma de lidar com as suas limitações. Constantemente ela explorava suas limitações físicas nas pinturas que produzia. Mesmo com os problemas, Frida ficou conhecida como uma mulher forte e que não temia defender as causas em que acreditava. Algumas das pinturas de Frida Kahlo são:
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Autorretrato com um Vestido de Veludo (1926);
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Hospital Henry Ford (1932);
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As Duas Fridas (1939);
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Autorretrato com Cabelo Cortado (1940);
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A Coluna Partida (1944).
Créditos das imagens
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