Classe de palavras

Classes de palavras são organizadas de acordo com sua natureza e função morfológica dentro do enunciado. Entre elas há classes variáveis e invariáveis.

As classes de palavras são categorias entre as quais as palavras são divididas de acordo com sua formação e função no enunciado. Essa categorização ajuda a entender a lógica das estruturas de formação das palavras bem como seu uso discursivo. As classes de palavras são:

  • substantivo

  • artigo

  • adjetivo

  • verbo

  • conjunção

  • preposição

  • advérbio

  • pronome

  • numeral

  • interjeição

As classes de palavras consistem em agrupamentos dos vocábulos da língua que levam em conta suas funções e sua formação.

Tipos de classes de palavras

As classes de palavras podem ser variáveis ou invariáveis.

  • Palavras variáveis

Aquelas que têm mais de uma forma, podendo variar em gênero (masculino ou feminino), em número (singular ou plural) ou em grau. As classes de palavras podem variar em apenas uma dessas categorias ou apenas em duas ou em todas elas. Isso depende de cada classe.

Entre as classes variáveis, temos:

  • substantivo

  • artigo

  • adjetivo

  • numeral

  • pronome

  • verbo

  • advérbio

  • Palavras invariáveis

Aquelas que não são variáveis em gênero nem em número nem em grau. Por isso, são chamadas de invariáveis, mantendo a mesma forma.

Entre as classes invariáveis, temos:

  • preposição

  • conjunção

  • interjeição

Substantivo

O substantivo é a classe que nomeia seres, fenômenos, lugares, sentimentos, entre outras coisas. Pode variar em gênero, número e grau, dependendo do caso. São classificados como:

  • Comum: nome genérico dado a seres, lugares ou coisas de uma mesma categoria, sem os especificar. Exemplos: mulher, país, livro.

  • Próprio: nome específico dado a um ser, lugar ou coisa, especificando-o em relação à categoria a que pertence. É grafado em letra maiúscula. Exemplos: Maria, Egito, Dom Casmurro.

  • Concreto: sua existência não depende do pensamento de outro ser. Pode ser real ou imaginário, mas sua existência é dada ou narrada como própria e independente. Exemplos: cadeira, humano, anjo, dragão.

  • Abstrato: sua existência depende de outro ser, não sendo dada como própria ou independente. Exemplos: ciúmes, fome, competência, preguiça.

  • Primitivo: não se origina de outra palavra da língua portuguesa, sendo, ele próprio, a palavra primitiva. Exemplos: pão, flor, casa.

  • Derivado: origina-se de outra palavra da língua portuguesa. Exemplos: padeiro (derivado de pão), florista (derivado de flor), casebre (derivado de casa), viseira (derivado de ver).

  • Simples: tem apenas um radical. Exemplos: feira, roupa, sol.

  • Composto: tem mais de um radical. Exemplos: terça-feira, guarda-roupa, girassol.

  • Coletivo: nome específico para um grupo grande de seres de uma mesma categoria. Exemplos: cardume (de peixes), orquestra (de músicos), alcateia (de lobos).

Leia também: O que são substantivos sobrecomuns?

Artigo

O artigo é a classe que costuma fazer referência a um substantivo (explícito ou oculto), antecedendo-o no enunciado. É com ajuda do artigo que outras classes de palavras (como adjetivos ou verbos) podem ser substantivadas (isto é, transformar-se em substantivo naquele enunciado). O artigo varia em gênero e número, podendo ser:

  • Definido: indica uma palavra já conhecida, específica ou explicitada no enunciado. Exemplos: o, a, os, as.

  • Indefinido: indica uma palavra que ainda não é familiar ou específica no enunciado. Exemplos: um, uma, uns, umas.

Adjetivo

O adjetivo caracteriza substantivos, atribuindo-lhes qualidades. Pode variar em gênero e número de acordo com o substantivo que qualifica. Também pode variar em grau (comparativo ou superlativo), indicando a intensidade da qualidade. Os adjetivos podem ser classificados em:

  • Primitivo: não deriva de nenhuma palavra da língua portuguesa. Exemplos: feroz, verde, baixo.

  • Derivado: deriva de outra palavra da língua portuguesa. Exemplos: azarado, atlético, barrigudo.

  • Simples: tem apenas um radical. Exemplos: pobre, limpo, azul.

  • Composto: tem mais de um radical. Exemplos: ultravioleta, azul-marinho, anglófono, latino-americano.

  • Pátrio: indica a origem geográfica de algo ou alguém. Exemplo: europeu, argentino, capixaba.

  • Locução adjetiva: quando duas ou mais palavras, juntas no enunciado, têm valor de adjetivo. Exemplo: Estudava para tornar-se uma mulher de negócios.

Numeral

A classe dos numerais quantifica e estabelece valores numéricos no enunciado em diversos contextos. Além dos numerais variarem em número, variam em gênero. Eles podem ser:

  • Cardinais: indicam quantidade. Exemplos: um, dois, três, quatro...

  • Ordinais: indicam ordenação, classificação, hierarquia. Exemplos: primeiro, segundo, terceiro, quarto...

  • Multiplicativos: indicam os múltiplos. Exemplos: dobro, duplo, triplo, quádruplo...

  • Fracionários: indicam as frações. Exemplos: meio, metade, terço, quarto, quinto...

Leia também: O que são numerais coletivos?

Pronome

O pronome é a classe que acompanha ou representa um nome, isto é, um substantivo. Assim, varia em gênero e número. O pronome pode ser classificado como:

  • Pessoal: refere-se às pessoas do discurso, podendo ser:

- do caso reto (eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles, elas);

- do caso oblíquo átono (me, te, lhe, o, a, entre outros);

- do caso oblíquo tônico (mim, ti, si, comigo, entre outros).

  • Possessivo: indica posse ou relação de afeto. Exemplos: meu, sua, nossos, seus.

  • Demonstrativo: indica algo ou alguém próximo ou distante no espaço físico de quem fala ou no tempo (presente do enunciado). Exemplos: este, esta, isto, esse, essa, isso, aquele, aquela, aquilo.

  • Indefinido: indica algo ou alguém de maneira vaga e indeterminada. Exemplos: certos, alguma, tudo, ninguém.

  • Interrogativo: usado para fazer perguntas direta ou indiretamente. Exemplos: que, como, quando, onde.

  • Relativo: usado para retomar um termo antecedente, ou seja, para referir-se a um termo anterior no enunciado. Exemplos: que, onde, qual.

Verbo

O verbo é a classe que expressa ações, acontecimentos e estados. Varia em número e concorda com a pessoa do discurso, além de indicar o tempo em que a ação ocorre (passado, presente ou futuro em relação ao momento da fala) e o modo. O modo pode ser:

  • Indicativo: indica ações tidas como certas de acontecer ou de terem acontecido. Pode ser conjugados no presente, passado (pretérito perfeito, imperfeito e mais-que-perfeito) ou futuro (futuro do presente e do pretérito).

  • Subjuntivo: indica ações ainda incertas, tidas como possibilidade ou hipótese. Pode ser conjugado no presente, passado (pretérito imperfeito) ou futuro.

  • Imperativo: expressa ordens, pedidos ou conselhos.

Os verbos são classificados de acordo com sua conjugação, podendo ser:

  • Regulares: apresentam um padrão de conjugação. Exemplos: estudar, varrer, partir.

  • Irregulares: seguem um padrão, mas apresentam conjugações diferentes em determinados modos ou tempos verbais, diferentes do padrão da maioria dos verbos. Exemplos: adequar, ver, competir.

  • Anômalos: sua conjugação é profundamente irregular, não apresentando nenhum tipo de padrão, podendo alterar até mesmo o radical do verbo. Exemplos: ser, ir.

  • Defectivos: não apresentam conjugação em todas as formas. Exemplos: falir (não pode ser conjugado na 1ª pessoa do singular).

  • Abundantes: apresentam mais de uma forma aceita em algumas conjugações. Exemplos: imprimir (imprimido ou impresso).

Advérbio

A classe dos advérbios qualifica/modifica o sentido de verbos, adjetivos e outros advérbios, sendo variável em grau. Os advérbios podem ser classificados em:

  • Lugar: indicam o sentido de lugar ao qual o verbo refere-se. Exemplos: longe, perto, aqui, ali, lá, cá, dentro, fora, frente, atrás.

  • Tempo: indicam o sentido de tempo referido pelo verbo. Exemplos: ontem, hoje, amanhã, antes, depois, sempre, jamais, nunca.

  • Intensidade: especificam a intensidade da ação de um verbo. Exemplos: muito, pouco, demais, tão, tanto, mais.

  • Modo: especificam a maneira como a ação de um verbo se dá. Exemplos: rápido, devagar, bem, mal.

  • Afirmação: reforçam positivamente a ação de um verbo. Exemplos: sim, claro, decerto.

  • Negação: reforçam negativamente a ação de um verbo. Exemplos: não, nunca, nada.

  • Dúvida: reforçam o sentido de dúvida do verbo. Exemplos: talvez, quiçá, porventura.

Leia também: Uso do adjetivo e do advérbio

Preposição

As preposições ligam termos em um enunciado, estabelecendo sentido entre eles. São palavras invariáveis. Essa classe de palavras não apresenta classificação. As preposições são:

a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, per, perante, por, sem, sob, sobre, trás.

 

  • Locução prepositiva: ocorre quando duas ou mais palavras juntas assumem função de preposição. Exemplos: ao longo de, por meio de.

Leia também: Regência dos verbos com sentido de movimento ou estático

Conjunção

As conjunções ligam termos, ideias e até orações, estabelecendo relação entre eles. São palavras invariáveis. Quando essa ligação dá-se entre termos independentes entre si (ou seja, que são compreensíveis mesmo sem estarem conectados), chamamos as conjunções de coordenativas. Quando essa ligação dá-se entre termos dependentes entre si (ou seja, que ficam incompreensíveis na sentença se não estiverem conectados), chamamos as conjunções de subordinativas.

As conjunções coordenativas podem ser classificadas como:

  • Aditivas: estabelecem relação de adição entre os termos conectados. Exemplos: e, nem.

  • Adversativas: estabelecem relação de oposição entre os termos conectados. Exemplos: mas, porém, contudo.

  • Alternativas: estabelecem relação de alternância entre os termos conectados. Exemplos: ou, ora... ora, nem... nem.

  • Conclusivas: estabelecem relação de consequência ou de conclusão entre os termos conectados. Exemplos: logo, portanto, assim.

  • Explicativas: estabelecem relação de causa entre os termos conectados. Exemplos: porque, pois, que.

As conjunções subordinativas podem ser classificadas como:

  • Causais: estabelecem sentido de causa entre os termos conectados. Exemplos: porque, como, que.

  • Concessivas: dão sentido de oposição entre os termos conectados. Exemplos: embora, apesar de, ainda que.

  • Condicionais: estabelecem sentido de condição entre os termos conectados. Exemplos: se, contanto que, desde que.

  • Finais: estabelecem sentido de finalidade entre os termos conectados. Exemplos: para, a fim de.

  • Temporais: indicam circunstância de tempo entre os termos conectados. Exemplos: quando, enquanto.

  • Consecutivas: indicam consequência entre os termos conectados. Exemplos: que, de modo que.

  • Comparativas: comparam os termos conectados. Exemplos: como, do que, tal qual.

  • Integrantes: iniciam oração subordinada que assume função sintática em relação à oração principal. Exemplos: que, se.

Interjeição

As interjeições são expressões autônomas, podendo ser independentes, pois são dotadas de sentido completo. São comumente exclamativas e transmitem o estado emocional ou as sensações do enunciador. São invariáveis. Exemplos: Ai!, Nossa!, Psiu!, Oxe!, Viva!. 

Por: Guilherme Viana

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