Segunda onda de covid-19 no Brasil

A segunda onda de covid-19 no Brasil iniciou-se no final de 2020 e fez com que o início de 2021 fosse marcado por recordes em mortes diárias pela doença. O Brasil, de acordo com a Fiocruz, vive o maior colapso sanitário e hospitalar da história. UTIs lotadas, profissionais da saúde sobrecarregados, negacionistas e pessoas divididas entre a necessidade de se cuidar e a necessidade de trabalhar completam o cenário da segunda onda de covid-19 no Brasil.

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Covid-19

A covid-19 é uma doença viral causada por um vírus da família dos coronavírus, chamado Sars-CoV-2. Os primeiros casos da doença ocorreram em 2019, porém ela só foi melhor compreendida em 2020, quando foi responsável por desencadear mortes em todo o mundo. A covid-19 provoca sintomas respiratórios tais como febre, cansaço e tosse. Em casos mais graves, a pessoa pode apresentar dificuldade respiratória e desenvolver a chamada síndrome respiratória aguda grave (Sars), que é a principal causa de morte pela doença.

A doença pode ser transmitida de uma pessoa para outra por meio de gotículas eliminadas pelo doente ao falar, tossir ou respirar. Tocar em superfícies contaminadas e, posteriormente, tocar as mucosas é outra forma de se contaminar com o vírus.

As recomendações para se prevenir da doença são: evitar aglomerações, utilizar máscaras, manter distância de, pelo menos, dois metros de outras pessoas e lavar sempre as mãos ou higienizá-las com álcool 70%. Vacinas também foram desenvolvidas para ajudar na prevenção, porém, até o momento, não estão disponíveis para toda a população.

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O que é a segunda onda da pandemia?

A pandemia de covid-19 iniciou-se no ano de 2020, levando milhares pessoas à morte em todo o mundo. Após certo tempo, o número de casos da doença diminuiu, voltando a subir tempos depois. Dizemos que ocorreu uma segunda onda da pandemia quando novos surtos da doença ocorrem após ser observado um declínio inicial da taxa de contaminados pelo vírus.

A segunda onda da pandemia se caracteriza por ser um aumento de casos após um declínio inicial da taxa de infectados.

No Brasil, o pico da doença em 2020 ocorreu nos meses de julho a setembro, apresentando, após esse período, uma queda no número de casos novos por semana. Em novembro, no entanto, os números voltaram a subir, indicando que uma nova onda da doença estava por vir. Desde então o Brasil enfrenta um aumento do número de casos e sofre com recordes de mortes diárias em decorrência da doença.

Entre os dados analisados pelos pesquisadores para saber se uma pandemia está avançando ou não, está o número de reprodução básico (Rt). Ele pode ser definido como o número médio de pessoas que são infectadas por uma única pessoa contaminada durante o tempo que ela permanece contagiosa. Quando o valor de Rt é maior que 1, significa que a pandemia está avançando, e quando está menor que 1, dizemos que a pandemia está contida.

A segunda onda no Brasil

Muito se discutiu se a segunda onda atingiria ou não o Brasil, apesar de sua ocorrência ser observada em outras regiões do mundo, como na Europa. A discussão estava voltada principalmente para a ideia de que o Brasil não tinha controlado a pandemia, mantendo número elevado de casos, portanto, estaria ainda em uma primeira onda. Com base na análise detalhada de dados, foi possível perceber, no entanto, que a segunda onda iniciou-se em nosso país em meados de novembro, quando as taxas de contágio começaram a subir.

A segunda onda no Brasil iniciou-se de maneira descontrolada, atingindo números alarmantes ainda nos primeiros meses de 2021. Rapidamente foi possível perceber que a segunda onda seria ainda mais devastadora que a primeira e o sistema de saúde estava sujeito ao colapso. Como observado em outras partes do mundo, esse segundo momento era inevitável, porém a preparação para esse evento poderia ter reduzido a gravidade com que ele atingiu o país.

De acordo com especialistas, fatores que favoreceram a ocorrência de uma segunda onda foram o surgimento de novas variantes e o descumprimento, por uma parcela da população, das medidas de distanciamento social. Festas de Natal, Ano-Novo e Carnaval, por exemplo, foram importantes para que as taxas crescentes de transmissão aumentassem ainda mais.

A segunda onda de covid-19 levou milhares de pessoas à morte em todo o mundo.

Durante a segunda onda, o Brasil enfrentou momentos nunca vistos na nossa história. Hospitais em colapso, com UTIs lotadas, fizeram com que muitos pacientes morressem sem conseguir atendimento médico. Um dos momentos mais marcantes ocorreu em janeiro de 2021, quando pacientes em Manaus sofreram com a falta de oxigênio, essencial para o tratamento de covid-19. Várias pessoas morreram por falta do insumo, mostrando-nos que aquele fato era apenas um dos tantos momentos difíceis que enfrentaríamos.

Diante de um cenário catastrófico e a fim de evitar um colapso ainda maior, o Brasil precisa adotar medidas rígidas de isolamento, as quais são extremamente impopulares, principalmente devido ao fato de que o brasileiro, além da crise da saúde, sofre com a economia, que empurrou muitas pessoas à pobreza. Apesar de serem medidas impopulares, até que a vacinação em massa ocorra no país, a interrupção de algumas atividades econômicas não essenciais parece ser inevitável para enfrentar a crise.

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Outras ondas da pandemia da covid-19 podem ocorrer?

Além da segunda onda, outras ondas podem sim ocorrer. Esse é o caso de alguns países da Europa que já enfrentam um terceiro momento da pandemia. Vale salientar que a ocorrência de ondas não é uma exclusividade da pandemia de covid-19. Quando avaliamos a história de outras pandemias, vemos que outras doenças também tiveram mais de uma onda. O que podemos fazer diante desses quadros é tentar amenizar os efeitos das próximas ondas, nunca nos descuidando das medidas de prevenção da doença e investindo em vacina para toda a população.

Por: Vanessa Sardinha dos Santos

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