Fiódor Dostoiévski

Fiódor Dostoiévski foi um famoso escritor russo cujas obras têm características do realismo. Seus livros apresentam crítica social e análise psicológica.

Pintura de Fiódor Dostoiévski, um famoso escritor russo.
Fiódor Dostoiévski foi um famoso escritor russo.

Fiódor Dostoiévski foi um famoso escritor russo. O autor nasceu em Moscou, no dia 11 de novembro de 1821. Por vontade do pai, ingressou na carreira militar, mas a abandonou para se dedicar à literatura. Por motivos políticos, o romancista foi condenado a uma pena de trabalhos forçados na Sibéria, onde ficou por mais de cinco anos.

O escritor, que faleceu em 9 de fevereiro de 1881, em São Petersburgo, foi um dos principais nomes do realismo russo. Seus livros apresentam crítica sociopolítica, monólogo interior e linguagem objetiva. Obras do autor, como Crime e castigo, são conhecidas mundialmente.

Leia também: Liev Tolstói — outro famoso escritor russo cujas obras pertencem ao realismo

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Resumo sobre Fiódor Dostoiévski

  • Fiódor Dostoiévski foi um famoso escritor russo.

  • Ele nasceu em 1821 e morreu em 1881.

  • Além de romancista, foi militar e dono de um jornal.

  • As obras do autor fazem parte do realismo russo.

  • Seus livros apresentam objetividade, crítica social e fluxo de consciência.

  • Crime e castigo e Os irmãos Karamazov são livros famosos do autor.

Videoaula sobre Fiódor Dostoiévski

Biografia de Fiódor Dostoiévski

Fiódor Dostoiévski nasceu em 11 de novembro de 1821, em Moscou, na Rússia. Seu pai era médico e bastante autoritário. Em contrapartida à severa figura paterna, a mãe do autor era extremamente amorosa. Devido à profissão do pai, o menino, muito cedo, teve contato com a pobreza e a doença.

O autoritarismo do doutor Mikhail Andreevich Dostoiévski (1788-1839) transformava a casa do autor em um lugar de constante tensão. Assim, o menino Dostoiévski cresceu cercado pelo medo. Após a morte da mãe do escritor, Maria Fiodorovna, em 1837, o doutor Andreevich sofreu imensamente com esse golpe do destino.

O adolescente Dostoiévski, depois da morte da mãe, foi mandado, com seu irmão, Mikhail, para São Petersburgo, com o objetivo de estudar engenharia, por vontade do pai. No entanto, o jovem logo se apaixonou pela literatura. E, em 1839, o pai do autor foi assassinado. Depois de passar um tempo no exército, Dostoiévski decidiu, em 1844, dedicar-se apenas à escrita. Em 1846, ele publicou seu livro Gente pobre, o qual foi bem-sucedido, e o escritor passou a ser conhecido.

No ano seguinte, ele começou a ter ataques epiléticos. Já em 1848, passou a integrar um grupo socialista. Então foi preso e condenado à morte por conspirar contra o governo. Prestes a ser fuzilado, ele e os outros condenados ficaram sabendo que o imperador Nicolau I (1796-1855) tinha mudado a pena para trabalhos forçados na Sibéria. Assim, no final de 1849, o autor foi transferido. Nesse ambiente hostil, sua única leitura era a Bíblia. Cessada a pena, em 1854, o romancista se tornou soldado, ainda na Sibéria.

Ali, apaixonou-se pela esposa de um amigo. Quando Maria Dmitriévna (1824-1864) ficou viúva, eles se casaram meses depois, em 1857. No primeiro dia de casados, o autor teve mais um ataque epilético, para espanto da esposa. Voltou para São Petersburgo, no final de 1859, e criou o jornal O Tempo, em 1861.

Assim, depois de anos esquecido, seu nome voltou a ser comentado; contudo, enfrentava dificuldades financeiras e precisava cuidar da esposa doente de tuberculose. Antes de ela falecer, Dostoiévski começou a namorar a jovem Polina Suslova (1839-1918). Após ter o jornal fechado por questões políticas, o romancista criou o jornal A Época.

Quando, em 1864, ficou viúvo, também perdeu o irmão. Desse modo, a cunhada e os filhos de Mikhail passaram a ser responsabilidade de Dostoiévski. A amante não aceitou se casar com ele, que conheceu então Ana Grigorievna (1846-1918), um estenógrafa, moça de 21 anos com quem então se casou, em 1867.

O autor era viciado em jogo, o que lhe rendeu muitas dívidas. Fugindo dos credores, eles foram para Genebra, na Suíça. Voltaram à Rússia em 1871. Em 1878, o escritor ficou amigo do filósofo Vladimir Soloviov (1853-1900), o qual escreveu um discurso em homenagem ao autor e que foi lido em seu enterro, 9 de fevereiro de 1881, quando Dostoiévski morreu em São Petersburgo.

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Características das obras de Fiódor Dostoiévski

Fiódor Dostoiévski foi um escritor realista, portanto, suas obras não apresentam idealizações, usam linguagem objetiva e fazem crítica sociopolítica. É uma característica particular do autor o conservadorismo e o nacionalismo. Seus textos são extremamente descritivos, filosóficos e marcados pela prolixidade.

O narrador de Dostoiévski privilegia personagens marginalizados, paradoxais e, por isso, bastante humanos. O monólogo interior e a análise psicológica também contribuem para o realismo das obras. Por fim, são temas de suas obras a criminalidade, a corrupção, a injustiça, a loucura, a morte, a liberdade, a religião e a humilhação.

Principais obras de Fiódor Dostoiévski

  • Gente pobre (1846)

  • O duplo (1846)

  • Senhor Prokhartchin (1846)

  • Romance em nove cartas (1847)

  • A senhoria (1847)

  • Noites brancas (1848)

  • Coração fraco (1848)

  • O ladrão honrado (1848)

  • Uma árvore de Natal e um casamento (1848)

  • A mulher de outro e o marido debaixo da cama (1848)

  • Netochka Nezvanova (1849)

  • O pequeno herói (1849)

  • O sonho do tio (1859)

  • Aldeia de Stiepantchikov e seus habitantes (1859)

  • Humilhados e ofendidos (1861)

  • Recordações da casa dos mortos (1862)

  • Uma história desagradável (1862)

  • Notas do subterrâneo (1864)

  • O crocodilo (1865)

  • Crime e castigo (1866)

  • O jogador (1867)

  • O idiota (1869)

  • O eterno marido (1870)

  • Os demônios (1872)

  • Bobók (1873)

  • O adolescente (1875)

  • Uma criatura gentil (1876)

  • O mujique Marei (1876)

  • O sonho de um homem ridículo (1877)

  • Os irmãos Karamazov (1881)

Acesse também: Machado de Assis — o principal representante do realismo brasileiro

Frases de Fiódor Dostoiévski

A seguir, vamos ler algumas frases de Fiódor Dostoiévski extraídas de suas obras Os irmãos Karamazov, Os demônios, Notas do subterrâneo e Crime e castigo:

  • “Às vezes comparamos a crueldade do homem com a dos animais selvagens, o que é um insulto a estes últimos.”

  • “É preciso ser um grande homem para saber resistir até mesmo ao bom senso.”

  • “Sobre o que um homem honesto pode falar com maior prazer? Resposta: dele mesmo.”

  • “Não é Deus que eu rejeito, mas a criação.”

  • “O criminoso, no momento em que comete o crime, está sempre doente.”

  • “Mentir do seu próprio jeito é quase melhor do que dizer a verdade como os outros fazem.”

Influência de Fiódor Dostoiévski

Dostoiévski serviu de influência para vários intelectuais. Entre eles, os escritores franceses André Gide (1869-1951) e Georges Bernanos (1888-1948), além do estado-unidense William Faulkner (1897-1962). Também influenciou o psiquiatra austríaco Sigmund Freud (1856-1939), o filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900), o escritor e filósofo francês Jean-Paul Sartre (1905-1980) e o filósofo russo Mikhail Bakhtin (1895-1975).

Fontes

ABAURRE, Maria Luiza M.; PONTARA, Marcela. Literatura: tempos, leitores e leituras. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2015.

DOSTOIÉVSKI, Fiódor. Vida e obra de Fiódor Mikháilovitch Dostoiévski. In: _____. Obras completas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2004.

DOSTOEVSKY MUSEUM. Biography. Disponível em: http://eng.md.spb.ru/dostoevskij/biografiya/.

LE FIGARO. Fiodor Dostoïevski a dit… Disponível em: http://evene.lefigaro.fr/citations/fiodor-dostoievski.

NUTO, João Vianney Cavalcanti. Dostoiévski e Bakhtin: a filosofia da composição e a composição da filosofia. Bakhtiniana, São Paulo, v. 6, n. 1, p. 129-142, ago./ dez. 2011.

OLIVO, Luis Carlos Cancellier de (org.). Dostoiévski e a filosofia do direito: o discurso jurídico dos irmãos Karamázov. Florianópolis: Editora UFSC/Fundação Boiteux, 2012. (Coleção Direito e Literatura, v. 7).

SCHNAIDERMAN, Boris. Crítica ideológica e Dostoiévski. TRANS/FORM/AÇÃO, Assis, v. 1, p. 105-116, 1974.

       

Por: Warley Souza

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