Álcool

Entre as principais aplicações do álcool, está seu uso em bebidas, constituindo-se assim como uma droga, pois causa alterações fisiológicas e comportamentais.

Uma das principais aplicações do álcool é em bebidas

Os álcoois são compostos orgânicos caracterizados pela presença de um grupo hidroxila (OH) ligado a um carbono saturado, conforme pode ser visto no texto “Álcoois”. Portanto, todas as substâncias que apresentam esse grupo funcional em sua estrutura podem corretamente ser identificadas como álcoois.

O álcool comum, presente nas bebidas alcoólicas e usado como combustível, em perfumes, tintas, vernizes, solventes e em soluções desinfetantes, é o que tem como principal agente o etanol, sendo, por isso, também chamado de álcool etílico. Sua fórmula estrutural está representada a seguir:

Fórmula estrutural do etanol

O álcool pode ser produzido através de vários processos, como a partir da hidratação do etileno proveniente do petróleo ou por meio da fermentação de açúcares e cereais. No Brasil, o álcool é geralmente produzido a partir da fermentação da cana-de-açúcar. Nos Estados Unidos, ele é feito por meio do milho. Para saber detalhes sobre o processo de fabricação do álcool e sobre sua aplicação como combustível de automóveis, leia o texto Álcool Combustível ou Etanol.

Em condições ambientes, o álcool é um líquido incolor, infinitamente solúvel em água (graças às pontes de hidrogênio que se formam entre suas moléculas), inflamável, apresenta sabor picante, odor levemente irritante e é moderadamente tóxico.

Entre as suas principais aplicações está seu uso em bebidas alcoólicas, que são classificadas em dois tipos principais: fermentadas não destiladas e fermentadas destiladas. O texto Bebidas Alcoólicas explica bem a diferença entre esses dois tipos, dando exemplos de cada um.

O álcool, porém, é considerado uma droga psicotrópica, palavra que vem do grego psico, que significa “psiquismo”, e trópos, “transformação”, ou seja, causa mudanças psíquicas e fisiológicas nos indivíduos que o ingerem e isso se reflete nos sentimentos, atitudes e pensamentos.

Entre os efeitos psíquicos que o álcool causa estão primeiramente os estimulantes, em que a pessoa fica eufórica, relaxada, desinibida, com menos tensão e tédio; posteriormente, porém, o álcool atua como depressor da parte central do sistema nervoso, resultando em falta de coordenação motora, sono, descontrole, distúrbio da capacidade de percepção e das habilidades. Quando o consumo do álcool é em doses muito elevadas, pode levar ao coma e à morte.

Esses efeitos do álcool dependem de vários fatores, tais como a constância do consumo de bebidas alcoólicas, o porte físico da pessoa, a quantidade de alimento consumida antes da bebida alcoólica, entre outros. Mas, em média, as reações do organismo de acordo com a concentração de etanol no sangue são as mostradas na tabela a seguir:

Efeitos do álcool no sangue

Em razão desses sintomas é que o álcool é o responsável por 60% dos casos de acidentes de trânsito no Brasil e aparece em 70% dos laudos de mortes violentas. Por essa razão que a legislação brasileira estabelece que uma pessoa está incapacitada para dirigir com segurança se tiver uma concentração de álcool no sangue superior a 0,8 g/L. Isso corresponde a 5 mL de álcool puro, que é o que há em um copo pequeno de cerveja ou na terça parte de uma dose de uísque. Para saber como isso é detectado pelo bafômetro, leia o texto Princípio Químico do Bafômetro.

Acidente de trânsito causado por motorista embriagado

Além disso, outros fatores que fazem com que o álcool seja considerado uma droga é que ele faz com que a pessoa desenvolva tolerância, isto é, visto que o álcool tem um efeito prazeroso inicial, com o tempo, o indivíduo precisa de doses cada vez maiores, o que leva à dependência. Quando o indivíduo dependente deixa de ingerir o álcool por um tempo, ele passa por uma síndrome de abstinência, que pode ser leve, com sintomas como tremor das mãos, inquietação e distúrbio de sono, ou, de forma menos frequente, uma síndrome de abstinência severa, envolvendo tremores generalizados, agitação intensa e desorientação.

O álcool é tóxico e traz vários efeitos prejudiciais ao organismo. Ao ser ingerido, ele passa para a corrente sanguínea e é levado para todas as partes do corpo, sendo metabolizado no fígado e transformado em etanal (acetaldeído), conforme o esquema a seguir exemplifica. Posteriormente, ele é convertido em ácido acético e, por fim, em água e gás carbônico:

Metabolismo do álcool quando é ingerido em pequenas quantidades

O etanal é um composto ainda mais tóxico e é carcinogênico. Ele provoca lesões no fígado e está associado a cânceres no figado, reto e, possivelmente, na mama. É também o agente causador da cirrose hepática.

Ilustração de fígado com cirrose hepática em virtude do consumo excessivo de álcool

Outro fator de risco é que, ao ser metabolizado, o etanol utiliza enzimas que deveriam ser usadas pelo organismo para produzir glicose, principalmente em períodos de jejum. Assim, há uma queda do nível de glicose no cérebro e em outras regiões do corpo, o que leva à hipoglicemia, que gera sintomas de fraqueza e mal-estar.

Ocorre também desidratação do corpo porque o álcool inativa o hormônio ADH (antidiurético), responsável por reabsorver a água filtrada pelos rins. Sem ele, essa água filtrada é toda eliminada na urina.

Outras doenças relacionadas com o consumo constante de álcool são: hepatite B, distúrbios do coração e do pâncreas, cânceres de boca, esôfago, garganta e pregas vocais.

Infelizmente, apesar de ser proibido para menores de 18 anos, a Pesquisa Nacional de Saúde do Escola (PENSE) de 2012, realizada pelo IBGE com alunos do 9º ano do ensino fundamental, revelou que 70,5% de estudantes brasileiros para o conjunto dos municípios das capitais responderam já ter experimentado bebida alcoólica, sendo que, entre os adolescentes com idade de 15 anos, 31,7% tomaram a primeira dose com 13 anos ou menos, e 21,8% dos escolares já sofreram algum episódio de embriaguez na vida.

Mas os efeitos do alcoolismo não se limitam às doenças, envolvem também um enorme custo financeiro, pois, segundo o Ministério da Saúde, o Brasil gasta mais de 60 milhões de reais por ano com tratamento de alcoolistas. E há também os problemas familiares e emocionais.

​O alcoolismo é uma doença que precisa ser tratada

O alcoolismo é considerado realmente uma doença que precisa ser tratada. Existem muitos centros de tratamento, hospitais e programas de reabilitação que oferecem ajuda, como o AA (Alcoólicos Anônimos), e também profissionais especializados em alcoolismo que podem ser de grande ajuda no processo de recuperação.

Por: Jennifer Rocha Vargas Fogaça

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