O Sol pode ter fim?

A fonte de energia que mantém o Sol vivo são as reações de fusão em seu núcleo
A fonte de energia que mantém o Sol vivo são as reações de fusão em seu núcleo

Essa é realmente uma pergunta intrigante e importante; afinal de contas toda a vida no planeta Terra depende da existência do Sol. Mas para respondermos a essa pergunta, temos que descobrir primeiro o que mantém o Sol “vivo”.

A fonte de energia do Sol são reações nucleares de fusão. Há uma fusão de núcleos de átomos mais leves, isto é, há a colisão e junção desses núcleos, formando núcleos maiores. No Sol, numa série de reações nucleares, quatro isótopos de hidrogênio-1 são fundidos dentro de um hélio-4 com a liberação de uma tremenda quantidade de energia. As fusões são acompanhadas de emissão de outras radiações, como mostrado na representação a seguir da reação nuclear que ocorre no Sol:

12H + 11H → 12H +10e+ + 01n

11H + 12H → 23He +00γ

O processo de fusão precisa de uma energia de ativação bastante alta, por isso são necessárias elevadíssimas temperaturas, sendo que o calor será consumido para dar início à essa reação. O núcleo do Sol é, então, o lugar ideal para esse tipo de reação. A temperatura estimada de energia emanada do Sol, que é de 106 a 107 ºC, se deve à essas reações de fusão nuclear.

Portanto, resumidamente, o Sol gera energia por meio de fusão nuclear do hidrogênio, combinando átomos de hidrogênio para criar hélio e emitir energia. O Sol transforma, em seu núcleo, várias centenas de milhões de toneladas de hélio, a cada segundo.

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Porém, o que ocorreria se o hidrogênio do núcleo, usado nessa reação de manutenção da vida do Sol, acabasse?

Bom, isso realmente pode ocorrer, pois de maneira gradual passará a haver mais hélio do que hidrogênio no núcleo e, por fim, todo o hidrogênio do núcleo será consumido. O hidrogênio incandescente irá aos poucos se deslocar para fora do Sol, o que causará uma tremenda instabilidade no seu interior. Com isso, o Sol irá se expandir, inchar, formando uma fria estrela gigante vermelha. Com essa expansão a Terra sofrerá e o Sol irá engolfar a órbita da Terra.

Por um pequeno período, o Sol voltará a realizar reações de fusão do hélio, para gerar mais energia. Depois de poucos milhões de anos o hélio também irá acabar, e ele seguirá o mesmo processo do hidrogênio, sendo que o Sol inchará novamente, tornando-se então uma estrela vermelha gigante.

Visto que os elementos em seu interior serão muito pesados, o Sol não terá energia suficiente para queimá-los, e, com o passar do tempo, a expansão continuará até que as camadas exteriores da sua atmosfera se dividam restando apenas o núcleo do Sol, que será uma estrela anã branca e densa, que irá se esfriar aos poucos.

Estima-se que todo esse processo demore cerca de 5 000 milhões de anos para acontecer, o que é aproximadamente o dobro da idade atual do Sol.

Por: Jennifer Rocha Vargas Fogaça

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