Espinhos

Os espinhos podem ter origem caulinar ou foliar e normalmente atuam contra a perda excessiva de água e a herbivoria.

Os espinhos das cactáceas possuem origem foliar
Os espinhos das cactáceas possuem origem foliar

Muitas plantas possuem estruturas pontiagudas denominadas de espinhos. Essas estruturas apresentam diversas funções na planta, atuando tanto na proteção contra herbívoros como na manutenção da espécie em certos ambientes.

Os espinhos são estruturas ricas em lignina e, portanto, bastante rígidas. São formados a partir de folhas, partes foliares ou então ramos modificadas, assim sendo, é possível notar, ao analisar sua anatomia, a presença de tecidos vasculares.

A modificação das folhas em espinhos é uma adaptação a ambientes xéricos, uma vez que a redução da superfície foliar diminui a transpiração, evitando a perda excessiva de água. Em cactáceas, por exemplo, podemos observar esses espinhos foliares associados a um caule que acumula água, duas características que permitem a sobrevivência dessas espécies em ambientes com altas temperaturas e chuvas irregulares. Além dessa função, os espinhos garantem certa proteção contra a herbivoria.

Os espinhos originados a partir de gemas caulinares, por sua vez, não possuem a função de reduzir a transpiração, mas sim garantir proteção contra a herbivoria. Os espinhos caulinares podem ser observados no limoeiro.

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Os espinhos são frequentemente confundidos com acúleos, que também são estruturas rígidas e pontiagudas. Estes, no entanto, não são folhas nem caules modificados, e sim estruturas formadas a partir de projeções epidérmicas. Nos acúleos, não é possível observar a presença de tecidos vasculares, o que permite sua fácil remoção. Um exemplo clássico de uma espécie que possui acúleos é a roseira.

Curiosidade: O mandacaru (Cereus jamacaru) é uma espécie de cactácea muito utilizada no Nordeste para alimentar o gado na época da seca. Entretanto, para utilizar essa planta, é necessário retirar os espinhos para que o animal não se machuque. Em alguns locais do Nordeste, no entanto, são encontrados alguns mandacarus sem espinhos que podem ser amplamente utilizados na alimentação do gado, além de serem ótimos na ornamentação. Em virtude da facilidade na utilização do mandacaru sem espinhos, a Embrapa realiza vários projetos a fim de propagar esses indivíduos.

Por: Vanessa Sardinha dos Santos

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