Mia Couto

Mia Couto é um conhecido escritor de Moçambique. Suas obras apresentam neologismos e realismo fantástico e fazem parte da literatura moçambicana pós-independência.

Mia Couto é um importante autor da literatura contemporânea de Moçambique.

Mia Couto é um autor moçambicano. Ele nasceu no dia 05 de julho de 1955, na cidade de Beira. Mais tarde, mudou-se para Maputo, onde iniciou a faculdade de Medicina. Dois anos depois, desistiu do curso para trabalhar como jornalista. Em seguida, formou-se em Biologia, com especialização em Ecologia.

O autor, que também trabalha como professor, pesquisador e consultor, é um dos principais nomes da literatura contemporânea de Moçambique, ou seja, do período pós-independência. Suas obras, conhecidas mundialmente, apresentam elementos fantásticos, neologismos e caráter multicultural.

Leia também: Pepetela — um dos principais autores angolanos da contemporaneidade

Resumo sobre Mia Couto

  • O escritor moçambicano Mia Couto nasceu no ano de 1955.

  • Além de escritor, atua como professor, pesquisador e consultor.

  • Suas obras fazem parte da literatura moçambicana pós-independência.

  • Seus textos são marcados pela presença de neologismos e realismo fantástico.

  • Ele é autor de contos, romances, poesias e crônicas.

Videoaula sobre Mia Couto

Biografia de Mia Couto

Mia Couto (Antônio Emílio Leite Couto) nasceu no dia 05 de julho de 1955, em Beira, cidade moçambicana. Os pais do autor eram portugueses. Seu pai era o jornalista e poeta Fernando Couto (1924-2013). Seguindo os passos paternos, Mia Couto, com 14 anos, publicou os primeiros poemas, no jornal Notícias da Beira.

Em 1972, passou a viver em Lourenço Marques (atual Maputo). Seu objetivo era estudar Medicina, mas, dois anos depois, o escritor decidiu abandonar o curso. Trabalhou como jornalista na Agência de Informação de Moçambique, da qual foi diretor em 1976. Três anos depois, escreveu para a revista Tempo.

Já em 1981, passou a trabalhar no jornal Notícias, no qual encerrou sua carreira de jornalista em 1985. Então iniciou o curso de Biologia na Universidade Eduardo Mondlane. Após se formar, fez especialização em Ecologia. Logo se tornou professor e pesquisador dessa universidade.

Sua carreira literária teve início em 1983, com a publicação da obra Raiz de orvalho. Assim, em 1990, recebeu o Prêmio Vergílio Ferreira, da Universidade de Évora. Com a publicação de seu primeiro romance — Terra sonâmbula —, em 1992, começou a fazer sucesso como escritor.

Também recebeu o Prêmio Nacional de Ficção da Associação de Escritores Moçambicanos, em 1995. Ainda, recebeu o Prêmio da União Latina de Literaturas Românicas, em 2007, e o famoso Prêmio Camões, no ano de 2013.

O autor concilia a sua carreira de escritor com a de professor e pesquisador. Além disso, trabalha como consultor ambiental e foi um dos fundadores da empresa Impacto, com foco em projetos e estudos ambientais.

Mia Couto na Academia Brasileira de Letras

Em 1998, Mia Couto ocupou a cadeira número 5 da Academia Brasileira de Letras, como sócio correspondente. Dessa forma, é o segundo escritor africano a participar da ABL, já que o primeiro foi o senegalês Léopold Sédar Senghor (1906-2001), eleito em 1966.

Principais características da obra de Mia Couto

Mia Couto é um dos principais nomes da literatura moçambicana pós-independência, e suas obras apresentam as seguintes características:

  • análise sociopolítica;

  • valorização cultural;

  • resgate da tradição;

  • elementos multiculturais;

  • neologismos;

  • uso de linguagem coloquial;

  • lirismo;

  • alegorias;

  • realismo fantástico.

Principais obras de Mia Couto

Capa do livro O mapeador de ausências, de Mia Couto, publicado pelo Grupo Companhia das Letras. [1]

Crônicas de Mia Couto

  • Cronicando (1991)

  • O país do queixa andar (2003)

  • Pensatempos. Textos de opinião (2005)

  • E se Obama fosse africano? E outras interinvenções (2009)

  • Pensageiro frequente (2010)

Romances de Mia Couto

  • Terra sonâmbula (1992)

  • A varanda do Frangipani (1996)

  • Vinte e zinco (1999)

  • Mar me quer (2000)

  • O último voo do flamingo (2000)

  • Um rio chamado Tempo, uma casa chamada Terra (2002)

  • O outro pé da sereia (2006)

  • Venenos de Deus, remédios do diabo (2008)

  • Jesusalém (2009)

  • A confissão da leoa (2012)

  • Vagas e lumes (2014)

  • Mulheres de cinzas (2015)

  • A espada e a azagaia (2016)

  • O bebedor de horizontes (2017)

  • O mapeador de ausências (2020)

Poesia de Mia Couto

  • Raiz de orvalho (1983)

  • Raiz de orvalho e outros poemas (1999)

  • Idades, cidades, divindades (2007)

  • Tradutor de chuvas (2011)

Contos de Mia Couto

  • Vozes anoitecidas (1987)

  • Cada homem é uma raça (1990)

  • Estórias abensonhadas (1994)

  • Contos do nascer da Terra (1997)

  • Na berma de nenhuma estrada (1999)

  • O fio das missangas (2003)

Veja também: Como é a poesia de Mia Couto?

Frases de Mia Couto

A seguir, vamos ler algumas frases de Mia Couto, retiradas do texto “Línguas que não sabemos que sabíamos”, de seu livro E se Obama fosse africano?:

  • “Os sonhos falam em nós [poetas e ficcionistas] o que nenhuma palavra sabe dizer.”

  • “O que fez a espécie humana sobreviver não foi apenas a inteligência, mas a nossa capacidade de produzir diversidade.”

  • “Nascemos e morremos naquilo que falamos, estamos condenados à linguagem mesmo depois de perdermos o corpo.”

  • “Quem escreve quer dizer coisas que estão para além da vida quotidiana.”

  • “Em todos os continentes, cada homem é uma nação feita de diversas nações.”

  • “Ao lado de uma língua que nos faça ser humanidade, deve existir uma outra que nos eleve à condição de divindade.”

Videoaula com a análise literária de Terra sonâmbula, de Mia Couto

Crédito de imagem

[1] Grupo Companhia das Letras (reprodução)

Por: Warley Souza

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