A concordância que se atribui a alguns termos - Um estudo particular

Assim como outros elementos gramaticais, estes também se perfazem de regras específicas

Antes de compreendermos as características que norteiam o assunto em questão, façamos uma breve retomada no que tange ao conceito de concordância nominal. Esta, por sua vez, ocupa-se da relação entre os nomes, sendo eles representados pelas classes gramaticais referentes aos substantivos, adjetivos, pronomes, artigos e numerais. Dessa feita, a concordância parte do pressuposto de que em termos sintáticos, as palavras determinantes, uma vez dispostas na frase, adaptam-se àqueles termos das quais dependem.

Nesse sentido, podemos dizer que o adjetivo e as palavras adjetivas concordam em gênero e número com o nome a que se referem, analisado sob um âmbito geral. Entretanto, dadas as peculiaridades dos fatos linguísticos, além dessa regra básica, há algumas exceções das quais devemos estar cientes, para, então, empregá-las de forma adequada.

Como forma de ilustração citamos o caso de alguns termos, que ora se apresentam flexionados, ora isso não ocorre. Assim, no intuito de verificarmos como todo esse processo se materializa, analisemos alguns casos, retratados por:


a) Próprio, anexo, incluso, mesmo, quite e obrigado: tais termos concordam em gênero e número com o substantivo ou pronome a que se referem. Vejamos, pois, alguns exemplos:

* As fotografias seguem anexas/ O arquivo está anexo ao documento.

* A refeição está inclusa no pacote turístico / Estão inclusas as despesas da viagem.

* O próprio aluno encarregou-se de fazer a pesquisa / Elas próprias trouxeram a encomenda.

* Estamos quites com os fornecedores / Agora você está quite com seu sócio.

* É com você mesma que quero falar / Vocês mesmos podem entregar o trabalho ao professor. 


* - Obrigada, disse a jovem ao receber o comunicado. Aqui, no caso de o emissor ser mulher, é correto dizer “obrigada”. Em se tratando de homem, usualmente se diz “obrigado”. 


b) Meio e bastante, ora atuam como adjetivos, ora como advérbios. No caso destes, permanecem invariáveis, pelo fato de referirem-se a verbos, adjetivos ou advérbios. E em se tratando daqueles, em virtude de referirem-se a substantivos, variam.

Dessa forma, observemos: 

Márcia está meio triste. Constatamos que se trata de um advérbio, pois indica a circunstância em que o verbo se encontra.

Pedimos meia porção daquele prato. Aqui exerce a função de numeral.

O garoto está bastante apreensivo. Deparamo-nos com um advérbio, razão pela qual permanece invariável.

Foram bastantes as oportunidades. Custava você aproveitá-las? De acordo com esse contexto, o adjetivo “bastantes” concorda com o substantivo “oportunidades”.


c) Proibido, necessário, permitido – A flexão desses elementos encontra-se relacionada à presença ou não do determinante (artigo, pronome, numeral e adjetivo). Constatemos, portanto:


É proibido entrada de funcionários neste recinto.

É proibida a entrada de visitantes no parque.

Permitido entrada somente para fornecedores.

Não é permitida a entrada de animais neste estabelecimento.   

É necessário cautela neste procedimento.

Muitas vezes a cautela é necessária.

Por: Vânia Maria do Nascimento Duarte

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