Laqueadura

A laqueadura promove o isolamento das tubas uterinas, impedindo o encontro entre os gametas
A laqueadura promove o isolamento das tubas uterinas, impedindo o encontro entre os gametas

A laqueadura, também chamada de ligadura de tubas uterinas, é um procedimento de esterilização feminina que consiste no isolamento de cada uma dessas estruturas em duas partes, evitando o encontro dos gametas masculinos e femininos. Assim, ela apresenta um índice de concepção menor do que 1%.

Tal técnica pode ser feita através da secção, amarradura de fio inabsorvível, ou inserção de anel de plástico ou clips de titânio nas tubas uterinas; e, para tal, são adotados procedimentos cirúrgicos. Em muitos casos, é aproveitado o corte feito para a realização da cesárea para que a laqueadura seja feita logo em seguida. Outras maneiras de realizá-la são por meio da laparoscopia, ou de forma intrauterina, feita a partir da dilatação de tal órgão. Em todos os casos, o procedimento dura cerca de 40 minutos, e é necessária a internação por pelo menos um dia, e uma semana e meia de repouso.

Poucos centros de saúde realizam a reversão de tal método, denominada salpingoplastia, e a fila, pelo SUS, é muito grande, uma vez que os hospitais dão preferência a pessoas com problemas de saúde. Tal cirurgia pode ser feita somente em cerca de 70% dos casos, e nem sempre garante o sucesso esperado. Além disso, caso a salpingoplastia seja bem-sucedida, as pacientes demoram cerca de nove meses para engravidar, e há um aumento significativo no risco de se desenvolver uma gravidez ectópica.

Diante disso, a Lei nº 9263, de 1996, assegura que somente mulheres maiores de vinte e cinco anos, ou com pelo menos dois filhos vivos, podem recorrer a esse processo. A laqueadura também pode ser autorizada àquelas com problemas de saúde que, em caso de gravidez, podem desenvolver complicações, tais como: hipertensão grave, diabetes descompensada, tromboembolismo, anemia falciforme e aneurisma; sendo cada caso analisado pelo comitê de ética, a fim de validar ou não o pedido.

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Além de obedecer a tais regras, a mulher deve, ainda, assinar um termo de compromisso, após receber informações relativas ao risco que corre os efeitos colaterais da cirurgia, os desafios da reversão e outras formas de contracepção que poderiam ser adotadas. Mesmo assim, ela terá o prazo mínimo de dois meses para realizar a cirurgia, podendo abdicar de tal ideia a qualquer momento.

Assim, a mulher (ou casal) que deseja recorrer a esse método deve ponderar essas questões, pois, apesar de todos os critérios definidos pela referida Lei, é muito grande o índice de arrependimentos. Na grande maioria dos casos, a mulher tem um novo parceiro, e deseja ter filhos com ele. Outros motivos bem frequentes estão relacionados a mães que perderam seus filhos, e aquelas que melhoraram suas condições financeiras.

Vale lembrar que laqueadura não protege contra a AIDS e outras doenças sexualmente transmissíveis. Os únicos métodos contraceptivos capazes de evitar a gravidez não planejada, e também tais doenças, são a camisinha masculina e a feminina.

Curiosidade:

O Brasil é o campeão no ranking referente à laqueadura: 40% das mulheres em idade reprodutiva passaram por esse procedimento; segundo a Organização Mundial de Saúde.

Importante:

Embora seja bastante raro, existe a possibilidade da laqueadura ser revertida espontaneamente.

Mulheres laqueadas ou que se submeteram à salpingoplastia, e cujas tubas uterinas perderam sua função, podem recorrer a técnicas de reprodução assistida.

Por: Mariana Araguaia

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