O câncer do colo do útero, ou câncer do colo uterino, é um grave problema de saúde que atinge diversas mulheres no Brasil e no mundo. Esse tumor é o terceiro mais frequente em mulheres no Brasil, perdendo apenas para o câncer de mama e o colorretal. O Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA) estima que, somente em 2014, 15.590 novos casos tenham surgido em nosso país.
O câncer do colo do útero está diretamente relacionado com a vida sexual da paciente, sendo praticamente inexistente em mulheres virgens. Como fatores de risco para a doença, destacam-se o início precoce das atividades sexuais, grande número de parceiros, história de DST (doença sexualmente transmissível), uso prolongado de anticoncepcional oral, tabagismo e má higiene íntima.
Em mais de 90% dos casos de câncer do colo do útero observa-se relação entre o surgimento das lesões e a infecção por HPV (Vírus Papiloma Humano). A contaminação por esse vírus é muito frequente e ocorre por via sexual. Nem todas as mulheres infectadas pelo HPV desenvolvem câncer, uma vez que a doença está relacionada apenas com alguns subtipos do vírus.
Existem aproximadamente 15 tipos de HPV que apresentam potencial oncogênico, ou seja, capaz de provocar câncer. Dentre os tipos mais frequentemente encontrados, destacam-se o HPV 16 e o 18, que podem ser prevenidos com o uso de vacinas (Saiba mais sobre a Vacina contra HPV).
O desenvolvimento do câncer do colo do útero é bastante lento, podendo demorar anos para estabelecer-se. Inicialmente esse tumor é assintomático, entretanto, com o avanço da doença, alguns problemas podem surgir. Dentre os principais sintomas, podemos destacar sangramento vaginal fora do período menstrual e após relação sexual, corrimento vaginal de cor escura e fétido e dores abdominais. Em casos avançados da doença, é comum o surgimento de dor pélvica que se irradia para os membros.
O diagnóstico é feito realizando-se o exame citopatológico, também chamado de Papanicolau. Esse exame é essencial para identificar lesões precursoras do câncer e consequentemente possibilitar um tratamento precoce e mais eficaz contra a doença. Após a identificação das lesões, realiza-se biópsia para a confirmação definitiva do caso.
O tratamento para o câncer do colo do útero baseia-se na realização de cirurgia, radioterapia e quimioterapia. A técnica a ser adotada dependerá do quadro físico da mulher e do estadiamento da doença, sendo, portanto, fundamental uma conversa franca com o médico a respeito das alternativas disponíveis.
Uma das principais maneiras de prevenir-se contra o câncer do colo do útero é usando preservativos em toda relação sexual, uma vez que isso reduz os riscos de contaminação pelo HPV. A vacinação contra o vírus também é importante, pois pode conferir proteção contra alguns tipos oncogênicos.
ATENÇÃO: O exame preventivo deve ser realizado periodicamente principalmente por mulheres com idade entre 25 e 64 anos de idade sexualmente ativas.