Hidrocarbonetos não metânicos

Os hidrocarbonetos não metânicos são os gases, com exceção do metano, que interferem na atmosfera e que vêm principalmente das vegetações, como isopreno e monoterpenos.

O eucalipto é uma das vegetações que mais emitem hidrocarbonetos não metânicos para a atmosfera

Os hidrocarbonetos não metânicos (HCNM) ou hidrocarbonetos não metano são compostos muito reativos que interferem no ciclo global do carbono, na concentração desse elemento na atmosfera e na capacidade de oxidação dela.

Os principais hidrocarbonetos não metânicos são o isopreno e os monoterpenos. O isopreno é um alcadieno e sua fórmula é mostrada a seguir:


Fórmula do isopreno

Cada fórmula dessa é chamada de “unidade isoprênica” e pode unir-se e formar os monoterpenos. O isopreno e os monoterpenos estão presentes principalmente nos vegetais, formando, por exemplo, os óleos essenciais que são extraídos de folhas, flores, sementes, frutos, raízes, madeiras, entre outros. Alguns exemplos são o mentol (óleo essencial da menta com propriedades analgésicas e anti-irritantes (evita coceiras)), o limoneno (encontrado nas cascas de limões e laranjas), o betacaroteno (responsável pela cor da cenoura), o eucaliptol (pode ser encontrado no eucalipto, alecrim, louro, manjericão, sálvia e outros), o linanol (encontrado no pau-rosa e no manjericão), entre outros.


Eucaliptol ou 1,8-cineol

Esses compostos são produzidos principalmente por meio do metabolismo secundário das folhas. O metabolismo é o conjunto de reações que ocorrem no interior das células, sendo basicamente o metabolismo primário que desempenha funções essenciais aos vegetais, enquanto o metabolismo secundário produz substâncias que não estão em todas as plantas e nem são essenciais para elas.

Além de produzi-los, eles são também emitidos para a atmosfera em grandes quantidades. As emissões naturais do isopreno correspondem a 500 megatolenadas de carbono ao ano (39% da emissão total de hidrocarbonetos não metânicos) e as dos monoterpenos são de 125 megatolenadas de carbono ao ano (10% da emissão total de hidrocarbonetos não metânicos).

A emissão total de HCNM para a atmosfera é bem significativa, sendo cerca de 1270 megatolenadas de carbono ao ano. Vale ressaltar que 92% dessas emissões são naturais, vindas, conforme já dito, das plantas, como de florestas de pinheiros, de eucaliptos e de árvores que produzem frutos cítricos, mas também são provenientes dos oceanos e de atividades microbianas.

A emissão dos 8% restantes de HCNM é proveniente de atividades humanas, como da produção de energia, dos automóveis e das indústrias, pois esses gases são produzidos na combustão incompleta dos combustíveis, como a gasolina, o gás natural e o GLP (Gás Liquefeito de Petróleo).

Inclusive existe a norma Euro 5 que serve para limitar a emissão de poluentes pelos veículos rodoviários. Ela estabelece que veículos movidos a gasolina, a gás natural e a GLP podem emitir no máximo 68 mg/km de hidrocarbonetos não metano.

Esse conjunto de gases passou a receber a denominação de “hidrocarbonetos não metânicos” porque eles são gerados em processos de combustão assim como o metano. No entanto, havia a necessidade de diferenciá-los desse composto, pois ele é um dos principais gases do efeito estufa, ficando atrás em termos de concentração somente do gás carbônico e do vapor de água, e também porque as reações do metano na atmosfera são realizadas com uma velocidade muito grande, principalmente na presença do radical OH·.

Além do mais, assim como no caso do metano, a elevada concentração dos HCNMs na atmofera também traz efeitos prejudiciais.

Outro aspecto importante sobre os hidrocarbonetos não metânicos é que eles são precursores na formação de oxidantes fotoquímicos, como o ozônio troposférico (O3).

Por: Jennifer Rocha Vargas Fogaça

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