Monteiro Lobato e a literatura infantil

A literatura infantil se revelou como uma das tendências artísticas de Monteiro Lobato

Ainda que vivenciemos a chamada “era digital”, torna-se difícil não nos lembrarmos das histórias contadas pelos nossos antepassados, daqueles clássicos inesquecíveis que tanto nos encantavam... e por que não falarmos das aventuras vividas pelos personagens do Sítio do Pica-Pau Amarelo?

Pois bem, essa importante obra (Sítio do Pica Pau Amarelo), que continua despertando emoções não somente no público infantil, mas também no público adulto, foi uma das muitas pertencentes ao legado cultural que nos deixou esse nobre representante de nossas letras – Monteiro Lobato. Pré-modernista por excelência, além das muitas criações, como Urupês, Cidades Mortas, Ideias de Jeca Tatu, entre outras, também expressou seu pendor artístico para os rumos da literatura infantil, e é sobre ele que falaremos um pouco mais a partir de agora.

José Bento Monteiro Lobato nasceu em 18 de abril de 1882, na cidade de Taubaté. Filho de José Bento Marcondes Lobato e de Olímpia Augusta Monteiro Lobato, formou-se em Direito, atuou como Promotor Público e, após receber uma herança do avô, tornou-se fazendeiro.

Tendo obtido esse novo estilo de vida passou a publicar seus escritos em jornais e revistas. Posteriormente reuniu todos os contos que escrevera na conhecida obra Urupês. Nessa época em que os livros eram editados somente em Lisboa ou Paris, Monteiro Lobato apostou na indústria brasileira do livro, fundando a “Monteiro Lobato & Cia”, fato que possibilitou a edição dos livros aqui no Brasil.

Do legado cultural que nos deixou, não podemos nos esquecer de que grande parte dele foi direcionado ao público infantil. Algumas obras, além do Sítio do Pica-Pau Amarelo, foram: A Menina do Nariz Arrebitado, O Saci, Fábulas do Marquês de Rabicó, Aventuras do Príncipe, Noivado de Narizinho, O Pó de Pirlimpimpim, Reinações de Narizinho, As Caçadas de Pedrinho, Emília no País da Gramática, Memórias da Emília, O Poço do Visconde, O Pica-Pau Amarelo e A Chave do Tamanho.


Emília, Narizinho, Dona Benta, Pedrinho, Visconde de Sabugosa e tia Nastácia

Dessa forma, sobretudo apoiado num espírito autenticamente nacionalista, impetuosamente criou aventuras com personagens bem brasileiros, resgatando as raízes de forma geral. Partindo desse princípio, procurou inovar mais ainda, fazendo uma mesclagem entre esse brasileirismo com elementos da literatura universal, mitologia grega e os quadrinhos do cinema. Assim, temos que nessa turma encontramos determinadas passagens, tais como:  

Peter Pan brincando com o gato Félix, enquanto o saci, personagem do folclore nacional, ensina truques a Chapeuzinho Vermelho no país das maravilhas de Alice.

Das frases criadas por esse nobre escritor, uma delas nos chama a atenção: “Tudo tem origem nos sonhos. Primeiro sonhamos, depois fazemos”. Assim, de forma mágica, sonhadora e contagiante, ele procura mesclar realidade e fantasia em suas obras, pois, ao mesmo tempo em que elas nos divertem, também nos propõem grandes ensinamentos. Prova disso são suas criações voltadas para a literatura paradidática – aquela em que se aprende brincando.

Além dos personagens retratados na imagem anterior, a turma ainda se constitui de outros deles, presentes na figura de:


Rabicó é um leitão guloso e que está sempre em busca de comida, revirando o lixo, por isso morre de medo de tia Nastácia


Quindim, por sua força e robustez, tornou-se o guardião do Sítio: um rinoceronte africano que fugiu do circo


Ambos personagens do folclore brasileiro: ele, um negrinho de uma perna só que usa carapuça vermelha e pita cachimbo; ela, uma bruxa malvada (mas com corpo de jacaré) que vive inventando poções mágicas e planejando invadir o Sítio





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Por: Vânia Maria do Nascimento Duarte

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