No ano de 2008, tensões militares envolvendo a Geórgia e a Rússia tomaram conta dos noticiários internacionais e novamente trouxeram à tona os conflitos na região do Cáucaso. A pequena nação localizada no extremo leste Europeu foi constituída no começo do século XI, por meio da formação de uma monarquia cristã. Em alguns breves períodos conseguiu relativa soberania política em face às disputas dos vários povos que ocupavam essa mesma região.
Durante o governo do rei Davi IV, os georgianos experimentaram um cenário estável graças às bem sucedidas ações militares que colocaram um fim na presença estrangeira. Sendo um grande chefe militar e exímio governador, Davi IV conseguiu promover o desenvolvimento de seus territórios por meio das liberdades garantidas aos estrangeiros. Tal política rendeu a constituição de uma fase áurea vivida, principalmente, no governo da rainha Tamar.
Nesse governo, a cidade Tblisi – atual capital da Geórgia – foi construída junto a uma série de igrejas que marcam o atual patrimônio histórico do país. Após a morte da rainha Tamar, a Geórgia foi vítima da invasão dos mongóis, em 1226. A influência dos russos sob os georgianos tem uma longa trajetória que se inicia no período czarista, por volta da década de 1880. Com a deflagração da Revolução Russa, essa influência se potencializou ainda mais com a formação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
A atual tensão entre russos e georgianos teve início durante a década de 1990, quando a Geórgia se negou a compor a Comunidade dos Estados Independentes. Nessa mesma época a tensão na relação entre russos e georgianos foi marcada pelo violento conflito na Chechênia, momento em que os russos se negaram a reconhecer a independência da região de maioria islâmica. Após os ataques de 11 de setembro essa mesma relação se complicou com o estabelecimento da “guerra contra o terror”.
A presença de focos terroristas promoveu naquela região a passagem de diversas tropas militares ocidentais que buscaram vencer a guerra contra o Afeganistão. Nesse momento, a aproximação do Estado georgiano – hoje liderado pelo presidente Mikhail Saakashvilli – com as potências ocidentais incorreu no ressurgimento de uma antiga pretensão da Geórgia em anexar a Ossétia do Sul e Abkházia, que até o momento da guerra eram regiões autônomas simpáticas à influência dos russos.
Com o despertar do conflito, uma tensão que relembra a antiga ordem bipolar da Guerra Fria se instalou entre a Rússia e os Estados Unidos/Europa Ocidental. A região tem uma imensa importância na economia e no desenvolvimento energético da Europa por concentrar uma ampla rede de dutos de gás e energia que alimentam a economia européia. Por outro lado, os russos têm na ampliação de sua influência no Cáucaso um meio de garantir os lucros obtidos com o pedágio cobrado sob a passagem dos oleodutos e gasodutos europeus.
Ainda hoje, as várias etnias que ocupam esse território sofrem com os interesses econômicos das grandes potências e o interesse hegemônico de pequenos Estados interessados em ampliar seus territórios. Dessa maneira, percebemos que muitos dos problemas e interesses que envolvem as guerras contemporâneas somente reformulam interesses semelhantes a outros processos de conquista e dominação do passado.
Durante o governo do rei Davi IV, os georgianos experimentaram um cenário estável graças às bem sucedidas ações militares que colocaram um fim na presença estrangeira. Sendo um grande chefe militar e exímio governador, Davi IV conseguiu promover o desenvolvimento de seus territórios por meio das liberdades garantidas aos estrangeiros. Tal política rendeu a constituição de uma fase áurea vivida, principalmente, no governo da rainha Tamar.
Nesse governo, a cidade Tblisi – atual capital da Geórgia – foi construída junto a uma série de igrejas que marcam o atual patrimônio histórico do país. Após a morte da rainha Tamar, a Geórgia foi vítima da invasão dos mongóis, em 1226. A influência dos russos sob os georgianos tem uma longa trajetória que se inicia no período czarista, por volta da década de 1880. Com a deflagração da Revolução Russa, essa influência se potencializou ainda mais com a formação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
A atual tensão entre russos e georgianos teve início durante a década de 1990, quando a Geórgia se negou a compor a Comunidade dos Estados Independentes. Nessa mesma época a tensão na relação entre russos e georgianos foi marcada pelo violento conflito na Chechênia, momento em que os russos se negaram a reconhecer a independência da região de maioria islâmica. Após os ataques de 11 de setembro essa mesma relação se complicou com o estabelecimento da “guerra contra o terror”.
A presença de focos terroristas promoveu naquela região a passagem de diversas tropas militares ocidentais que buscaram vencer a guerra contra o Afeganistão. Nesse momento, a aproximação do Estado georgiano – hoje liderado pelo presidente Mikhail Saakashvilli – com as potências ocidentais incorreu no ressurgimento de uma antiga pretensão da Geórgia em anexar a Ossétia do Sul e Abkházia, que até o momento da guerra eram regiões autônomas simpáticas à influência dos russos.
Com o despertar do conflito, uma tensão que relembra a antiga ordem bipolar da Guerra Fria se instalou entre a Rússia e os Estados Unidos/Europa Ocidental. A região tem uma imensa importância na economia e no desenvolvimento energético da Europa por concentrar uma ampla rede de dutos de gás e energia que alimentam a economia européia. Por outro lado, os russos têm na ampliação de sua influência no Cáucaso um meio de garantir os lucros obtidos com o pedágio cobrado sob a passagem dos oleodutos e gasodutos europeus.
Ainda hoje, as várias etnias que ocupam esse território sofrem com os interesses econômicos das grandes potências e o interesse hegemônico de pequenos Estados interessados em ampliar seus territórios. Dessa maneira, percebemos que muitos dos problemas e interesses que envolvem as guerras contemporâneas somente reformulam interesses semelhantes a outros processos de conquista e dominação do passado.