Escassez hídrica e segurança alimentar

A dependência da produção agrícola com respeito à água doce torna a relação entre escassez hídrica e segurança alimentar seja um dos temas mais importantes da atualidade.

A produção de alimentos requer o uso de muita água para garantir a segurança alimentar

É notória a grande relação existente entre a disponibilidade de água e a produção de recursos para a indústria e, principalmente, para a alimentação. Por isso, a temática da escassez hídrica e segurança alimentar vem ganhando cada vez mais destaque à medida que a disponibilidade de água potável diminui em várias partes do mundo.

Entende-se por segurança alimentar o direito universal ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade sem que isso comprometa a garantia de outras práticas e direitos igualmente considerados essenciais, como a saúde, a diversidade cultural, a preservação sustentável do meio ambiente e a evolução da economia. Dessa forma, para garantir a segurança alimentar, é necessária a produção em quantidades suficientes de alimentos, além de sua correta distribuição, o que envolve o amplo uso da água.

O tema em questão gerou uma relativa repercussão no Brasil depois que o diretor geral da agência da ONU para Agricultura e Segurança Alimentar (FAO), José Graziano da Silva, afirmou, em fevereiro de 2015, que a crise hídrica pela qual atravessa o país representa uma ameaça à segurança alimentar nacional. A diminuição da disponibilidade dos recursos hídricos afeta a produção agrícola e quebra muitas safras, gerando uma diminuição da oferta frente à procura, contribuindo para a escassez e o encarecimento dos alimentos.

Se no Brasil, o maior detentor de reservas hídricas, esse problema é uma ameaça latente, em outros locais, ele é uma realidade mais do que constante. Em vários países do Oriente Médio, da Ásia Central e da África, a falta de segurança alimentar é uma realidade em virtude da baixa disponibilidade de água, que, por sua vez, é resultado, principalmente, do clima árido, que demanda um maior emprego da irrigação.

Segundo a FAO, essa problemática estabelecida pode intensificar-se em várias áreas do planeta, de acordo com o relatório publicado em 2011 que se intitula: “Mudança Climática, Água e Segurança Alimentar”. Segundo esse documento, as mudanças climáticas geradas pela não preservação da natureza e dos recursos naturais levarão ao aumento de secas e, consequentemente, a uma menor disponibilidade de água. Por isso, medidas precisam ser tomadas tanto para inverter ou atenuar esse processo quanto para garantir a distribuição dos recursos hídricos para as áreas mais afetadas.

Desse modo, é preciso preservar as vegetações – sobretudo em áreas de nascentes de grandes rios –, combater a poluição de rios, lagos e reservas subterrâneas, proteger aquíferos, reduzir o consumo médio de água e recorrer a técnicas alternativas, como o reúso da água, o aproveitamento da água das chuvas e a implementação de técnicas de dessalinização.

Por: Rodolfo F. Alves Pena

Artigos Relacionados

Últimas Aulas

América do Norte
Colonização no Brasil
Movimento circular uniformemente variado
Como tirar mais de 800 na prova de Matemática do Enem?
Todas as vídeo aulas

Versão completa