Câncer do colo do útero

O câncer do colo do útero está entre os tipos mais comuns de câncer na população feminina em nosso país e está associado com a infecção por alguns tipos de HPV.

O câncer de colo do útero está associado com a infecção pelo HPV.

O câncer do colo do útero é um tipo de câncer que surge na parte final do útero, a qual está localizada no final da vagina. Trata-se de um câncer que, em geral, apresenta desenvolvimento lento, sendo assintomático no seu início. À medida que a doença avança, sintomas como sangramento vaginal, dor e corrimento podem surgir.

Esse tipo de câncer, em quase todos os casos, está relacionado com o vírus HPV, sendo a atividade sexual precoce e múltiplos parceiros fatores de risco para o desenvolvimento do problema. O diagnóstico é feito por meio do exame preventivo e colposcopia, sendo confirmado com biópsia. O tratamento depende do quadro do paciente e pode incluir radioterapia, quimioterapia e cirurgia.

Leia também: Tudo o que você precisa saber sobre o câncer colorretal

Resumo sobre o câncer do colo do útero

  • O câncer do colo do útero, excetuando-se o câncer de pele não melanoma, é o terceiro mais frequente em mulheres no Brasil, perdendo apenas para o câncer de mama e o colorretal.

  • Quase todos os casos de câncer do colo do útero podem ser atribuídos à infecção pelo HPV.

  • Nem todos os subtipos de HPV estão relacionados com o desenvolvimento de câncer.

  • O câncer de colo do útero é uma doença silenciosa e não provoca sintomas em fases iniciais.

  • Sangramento vaginal, corrimento e dor são queixas comuns em casos avançados da doença.

  • O exame preventivo é o principal aliado no diagnóstico precoce.

  • O tratamento pode ser feito com cirurgia, radioterapia ou quimioterapia.

O que é o câncer do colo do útero?

O câncer do colo do útero, câncer do colo uterino ou câncer cervical é um grave problema de saúde que atinge diversas mulheres no Brasil e no mundo e afeta a parte do útero que está localizada no final da vagina. Esse tumor, excetuando-se o câncer de pele não melanoma, é o terceiro mais frequente em mulheres no Brasil, perdendo apenas para o câncer de mama e o colorretal.

Como fatores de risco para a doença, destacam-se o início precoce das atividades sexuais, grande número de parceiros, tabagismo e uso prolongado de pílulas anticoncepcionais. De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde, quase todos os casos de câncer do colo do útero podem ser atribuídos à infecção pelo HPV.

Relação entre câncer do colo do útero e o HPV

Em quase todos os casos de câncer do colo do útero, observa-se relação entre o surgimento das lesões e a infecção por HPV (vírus papiloma humano). A contaminação por esse vírus é muito frequente e ocorre por via sexual. Nem todas as mulheres infectadas pelo HPV desenvolvem câncer, uma vez que a doença está relacionada apenas com alguns subtipos do vírus.

Existem aproximadamente 14 tipos de HPV que apresentam potencial oncogênico, ou seja, capaz de provocar câncer. Dentre os tipos mais frequentemente encontrados nesses casos, destacam-se o HPV 16 e o 18. Esses dois tipos são responsáveis por 70% dos cânceres de colo do útero e lesões pré-cancerosas. Vale destacar ainda que o HPV está relacionado também com outros tipos de câncer, como o de ânus, vulva, vagina e pênis.

Leia também: Qual a diferença entre tumor e câncer?

Sintomas do câncer de colo do útero

O desenvolvimento do câncer do colo do útero é bastante lento, podendo demorar anos para estabelecer-se. Inicialmente esse tumor é assintomático, entretanto, com o avanço da doença, alguns problemas podem surgir. Dentre os principais sintomas, podemos destacar sangramento vaginal fora do período menstrual e após relação sexual, corrimento vaginal de cor escura e fétido e dores abdominais. Em casos avançados da doença, é comum o surgimento de dor pélvica que se irradia para os membros.

Diagnóstico do câncer de colo do útero

O diagnóstico é feito realizando-se o exame citopatológico, também chamado de Papanicolau ou exame preventivo. Esse exame é essencial para identificar lesões precursoras do câncer e consequentemente possibilitar um tratamento precoce e mais eficaz contra a doença. Outro procedimento que pode ser realizado no diagnóstico de câncer do colo do útero é a chamada colposcopia, um procedimento em que o médico visualiza o colo do útero com um aparelho chamado colposcópio, o qual contém lentes de aumento que permitem uma melhor visão do colo do útero e identificação de lesões.

Em casos em que os exames acusam a presença de lesões no colo uterino, deverá ser realizada a biópsia, que consiste na retirada de uma pequena amostra de tecido do local para análise em laboratório. A realização da biópsia é a única forma de confirmar o diagnóstico.

  • Quando fazer o exame preventivo?

O exame preventivo do câncer do colo do útero ou Papanicolau é a principal forma de identificar esse tipo de câncer e detectar precocemente lesões precursoras. O exame é rápido e bastante simples, sendo considerado por algumas mulheres até mesmo indolor. De acordo com o Inca, o exame deve ser oferecido às mulheres ou qualquer pessoa com colo do útero (homens trans e pessoas não binárias designadas mulher ao nascer) na faixa etária de 25 a 64 anos e que já tiveram atividade sexual. Como a doença apresenta um desenvolvimento lento, o exame pode ser realizado a cada três anos. Entretanto, vale salientar que os primeiros dois exames devem ser anuais.

Tratamento do câncer de colo do útero

O tratamento para o câncer do colo do útero baseia-se na realização de cirurgia, radioterapia e quimioterapia. A técnica a ser adotada depende do quadro físico da mulher e do estadiamento da doença, sendo, portanto, fundamental uma conversa franca com o médico a respeito das alternativas disponíveis.

Prevenção do câncer de colo do útero

Uma das principais maneiras de prevenir-se contra o câncer do colo do útero é usando preservativos em toda relação sexual, uma vez que isso reduz os riscos de contaminação pelo HPV. A vacinação contra o vírus também é importante, pois pode conferir proteção contra alguns tipos oncogênicos.

A vacina é disponibilizada para a população desde 2014, quando inicialmente foi ofertada para meninas de 9 a 13 anos. Somente em 2017 a vacina foi também oferecida para meninos e, a partir daí, a vacinação incluiu meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. A vacina contra HPV protege contra quatro tipos de HPV, sendo dois responsáveis por provocar verrugas genitais e dois responsáveis por desencadear câncer do colo de útero.

Fontes:

ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE. HPV e câncer do colo do útero. Disponível em: https://www.paho.org/pt/topicos/hpv-e-cancer-do-colo-do-utero.

INCA. Câncer do colo do útero. Disponível em: https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/cancer/tipos/colo-do-utero.

ROCHA, M.V.Q. 2021. Orientações em Saúde Câncer de Colo do Útero. Coordenadoria de Atenção à Saúde do Servidor. Instituto Federal Espírito Santo. Disponível em: https://prodi.ifes.edu.br/images/stories/outubro-cancer-colo-utero.pdf.

ONCOGUIA. Colposcopia para Diagnóstico do Câncer de Colo do Útero. Disponível em: http://www.oncoguia.org.br/conteudo/colposcopia-para-diagnostico-do-cancer-de-colo-do-utero/6718/284/

Por: Vanessa Sardinha dos Santos

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