Originalidade e senso comum

Originalidade e senso comum são aspectos absolutamente destoantes. Em uma produção textual, o aluno ou o candidato deve sempre apresentar ideias e argumentos autênticos.

O bom escritor deve evitar o uso de chavões e lugares-comuns, elementos que evidenciam a chamada “preguiça linguística”

Escrever bem é um desafio e tanto para a maioria dos falantes da língua portuguesa: algumas pessoas possuem habilidades linguísticas; outras, nem tanto. Se você não foi agraciado com o dom de ajeitar palavras e ideias, não se desespere, existem técnicas de redação que podem tornar a escrita de textos uma missão possível. Para que você fique mais à vontade com o papel e a caneta na mão, o Alunos Online traz dicas de redação que vão ajudá-lo(a) a ser mais original.

Vamos falar um pouco mais sobre originalidade e senso comum nos textos escritos: ser autêntico é um dos grandes desafios para quem escreve, especialmente se você precisa escrever uma redação para concursos ou vestibulares. Imagine você quão insuportavelmente entediante deve ser a vida de um corretor que encontra as mesmas fórmulas, os mesmos chavões, os mesmos lugares-comuns nas centenas de textos que lê. Imaginou? Essa, infelizmente, é uma realidade, pois a maioria de nós, quando precisa escrever, revela uma preguiça linguística capaz de produzir verdadeiros absurdos. A originalidade reside no campo das ideias, e como dizia o poeta Renato Russo: “existem muitos formatos que só têm verniz e não têm invenção”. Isso quer dizer que conhecer bem a estrutura de uma redação, mas pecar na hora de expor argumentos, torna seu texto inócuo e superficial, como um objeto decorativo: apesar de bonito, não é funcional.

Para ser original, não é preciso apresentar ideias mirabolantes e teorias cuja prática só seria possível nos filmes de ficção científica, definitivamente não é isso que propomos. Para ser original, é preciso, antes de qualquer coisa, evitar o senso comum, que é formado por ideias rasas, desprovidas de maior problematização e análise. Quando não buscamos outras vozes, outras opiniões, outras leituras, estamos fadados a sermos meros reprodutores de argumentos: o que você ouve no telejornal transforma-se em verdade absoluta, disseminada incansavelmente por quem não se preocupa em conferir outras fontes para assim forjar sua própria opinião.


Quanto maior a sua bagagem de leitura, maior sua capacidade de argumentar e apresentar ideias originais

Vamos a um exemplo para que nossa dica fique mais “palpável”: a redação do Exame Nacional do Ensino Médio exige que o candidato escreva uma dissertação argumentativa sobre temas relacionados com nossa realidade social, sempre respeitando princípios como a cidadania, igualdade, liberdade e diversidade. Além disso, o candidato precisa apresentar uma proposta de intervenção eficiente, ou seja, é preciso estar bem informado sobre questões do dia a dia para então indicar possíveis soluções para o problema. Nesse tipo de texto, é muito comum encontrar chavões como “a conscientização da população” ou “é preciso conscientizar a população a respeito de...”, não importa se o assunto é Lei Seca ou a violência na sociedade brasileira. É um verdadeiro “festival da conscientização”, e por culpa do senso comum o candidato acaba expondo ideias prontas, típicas de uma argumentação genérica.

Quando um corretor (ou professor), já cansado de ler tantos textos parecidos, encontra um que finalmente subverte o senso comum, o que ele faz? Lê com maior interesse e valoriza os argumentos de quem escreveu. Para que você alcance um bom desempenho na modalidade escrita daqui por diante, nossa grande dica para a busca da originalidade nos textos escritos é: leia mais. Se você espera uma fórmula milagrosa que possa espantar o senso comum de seus textos, certamente se decepcionará, pois não existe nenhuma técnica capaz de substituir o poder de uma boa leitura. Dizer que “todo político é corrupto”, repetir que “as autoridades precisam se mobilizar”, que “a saúde pública é uma vergonha” ou que “a violência é uma chaga da sociedade”, entre outras generalizações tão inocentes quanto, apenas evidencia falta de argumentos e bases conceituais.

Não fique esperando soluções milagrosas ou dicas rasas que pretensamente facilitem o “caminho das pedras”. Leia, experimente toda sorte de gêneros textuais e lembre-se de que ninguém pode fazer isso por você!

Por: Luana Castro Alves Perez

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